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06 novembro 2021

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Ribeiro de Fivenco 1803

06 novembro 2021 4 Comentários

RIBEIRO IMPORTANTE NUM VASTO TERRITÓRIO ONDE OS RIOS QUE O DELIMITAM SÃO O TEJO E O SEVER. 


A grafia do nome do ribeiro é muito variada, tendo já referências ao mesmo escritas no século XVIII (Fivelrro), no século XIX (Fevebro, Feverlo e Fevel) e no século XX (Fivelo, Fivenco e Fouvel) certamente influenciadas pela oralidade com que quem perguntava se confrontava. No século XX na Salavessa é Fiverlô e em Montalvão até se ouvia duas designações: Fevêle ou Fouvôile.«Lá pró Pé Lázar no rebêre de Fouvôile!»


Seja como for o ribeiro é estruturante para o território, primeiro concelho e depois de 6 de novembro de 1836, freguesia não só por ser uma linha de água das maiores e sem dúvida a que tem a maior superfície (sub-bacia hidrográfica fazendo parte da bacia do rio Tejo de que é afluente "direto") ocupando na freguesia a maior área muito superior a qualquer outra. Aliás o Plano Diretor Municipal de Nisa dá-lhe o devido destaque.



Mas o ribeiro de Fivenco tem ainda outras duas particularidades. 

1. É sem dúvida um dos responsáveis pelo isolamento do território durante séculos devido à dificuldade, principalmente de Inverno, que colocava em ultrapassar de uma margem para outra - ou seja, isolava Montalvão para Sul e Sudoeste - sendo a sua importância e inacessibilidade tal que é a vertente sul demarca a fronteira do anterior concelho e depois freguesia praticamente em toda a extensão. Desde a nascente quase na Póvoa e Meadas até muito próximo da foz. Até é algo surpreendente o porquê do território montalvanense ter como limite o leito do ribeiro já tão perto da sua confluência com o rio Tejo quando o setor da sua sub-bacia que não faz parte da freguesia é diminuto. Ao tempo, quanto foi feita a demarcação, entre Montalvão e Nisa (freguesia de Nossa Senhora da Graça), algo fez com que assim ficasse decidido.  




   2. O ribeiro tem importância desigual para a Salavessa e para Montalvão. Correndo a sul da Salavessa tem (ou tinha...) para esta uma importância económica que não tem para Montalvão. Tinha moinho (do Fivêrlo) e na foz uma azenha (Pêgo do Bispo) já no rio Tejo, sem dúvida o engenho mais sofisticado para moagem existente em todo o território montalvanense. Ficará para outra ocasião fazer uma espécie de radiografia do ribeiro desde a nascente até à foz - onde foi mesmo cortado uma nesga de lajes, o «buraco» - para abreviar o local onde desagua no rio Tejo. Com fotografias de vários locais, alguns bem pitorescos, incluindo as travessias centenárias, além de imagens do moinho do Fivêrlo. Serão notas com a descrição de alguém que é de Montalvão valorizando com a opinião salavessense, até porque em termos de importância, o ribeiro é "muito mais da Salavessa que de Montalvão" visto ser mais importante para a Salavessa que para Montalvão. 



Neste texto há que colocar a descrição do ribeiro feita há 220 anos por quem não era da região mas estava a fazer um reconhecimento do território.  Foi o então Oficial do Real Corpo de Engenheiros, José Maria das Neves Costa, nascido em Carnide (atualmente pertencente a Lisboa) que fez o reconhecimento militar da fronteira do Nordeste Alentejano, a deixar um conjunto de memórias descritivas e uma carta topográfica pormenorizada que mesmo sendo trabalhos para o exército (Inspeção Geral das Fronteiras e Costas Marítimas do Reino). Apesar de ser realizado sob o ponto de vista do interesse militar, o trabalho documenta com preciosidade e minucia o que eram e por onde se deslocavam os montalvanenses no início do século XIX. Em 1803 foi publicado o seguinte:

 


Santo António da Giesteira onde na realidade a fisionomia do ribeiro se altera profundamente.


E as descrições que ilustram como o ribeiro para os montalvanenses, antes da construção da estrada nacional n.º 359 que liga Montalvão a Nisa, era um forte factor de impedimento das ligações a Nisa/Pé da Serra e Alpalhão. Neste caso é de referir que antes da construção da citada estrada o caminho para Alpalhão não coincidia com o caminho para Nisa. Exatamente para aproveitar passagens mais facilitadas sobre o ribeiro de Fivenco e sobre a ribeira e Nisa.





   Próxima paragem: o ribeiro de Fivenco no século XXI


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21 outubro 2021

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Aquela Última Viagem

21 outubro 2021 0 Comentários

QUANDO SE REGRESSA A MONTALVÃO NUNCA É DEFINITIVO. É SEMPRE UM ATÉ JÁ!


NOTA: o consagrado jovem escritor Bruno Vieira Amaral não é montalvanense mas é como se fosse. Além disso terá justificação em ter espaço neste blogue pois escreve tendo por cenário e referência a «Vila». É pois uma honra poder escrever acerca de alguém com quem se pode conversar e perceber o que significa Montalvão, tendo ele completado há poucos dias 43 anos. Isto num blogue que tem por objeto, quando pessoas, quem já não está entre nós.

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09 outubro 2021

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Dom Dinis 760

09 outubro 2021 2 Comentários

EM 9 DE OUTUBRO DE 1261, HÁ 760 ANOS, NASCEU EM LISBOA, CAPITAL DE PORTUGAL DESDE 1255, O REI DOM DINIS.


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02 outubro 2021

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Diagueiros

02 outubro 2021 2 Comentários

UMA DAS QUATRO FOLHAS EM QUE O VASTO TERRITÓRIO MONTALVANENSE ESTEVE DIVIDIDO DURANTE SÉCULOS.



Talvez que desde a formação da localidade já com características de povoação para lá de um lugarejo, entre finais do século XIII e início do século XVI.

Carta Corográfica de Portugal; Folha 28 (Nisa); Escala 1/100 000; Instituto e Geográfico e Cadastral; Edição de 1960; Lisboa


Aquando do inventário para avaliar os danos causados pelo terramoto de 1 de novembro de 1755, da Corte em Lisboa, foi enviado um inquérito aos párocos de todo o País, aproveitando para saber de cada paróquia - povoações e territórios - as características geográficas, demográficas, históricas, económicas, religiosas e administrativas. O aviso (perguntas) data de 18 de janeiro de 1758, assinado pelo Secretário de Estado dos Negócios Interiores do Reino (equivalente ao atual primeiro ministro), Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro «Marquês de Pombal» em 1769 depois de ser «Conde de Oeiras», em 1759. A resposta de Montalvão surge em 24 de abril de 1758, pelo Vigário Frei António Nunes Pestana de Mendonça.


A pergunta é:


5. Se tem termo seu: que lugares, ou aldeas comprehende, como se chamaõ? E quantos visinhos tem?


A resposta (texto inicial):



5. Tem termo proprio dividido em quatro folhas - a saber Diagueiros, que tem huma legoa de comprimento para as partes de Castello de Vide = a folha de Magdalena, que tem outra legoa de comprimento para as partes de Nisa - A folha das Antas que hé a menor de todas terá três quartos de comprimento para as partes de Castella = finalmente a folha da Barreyra, que tem huma légoa para as partes da Beira, e finalisa no rio Tejo = ...... continua com a descrição e dimensão dos lugares


A folha de DIAGUEIROS (propriedade que ainda existe - e deu nome secular a esta folha montalvanense - com esta designação que deverá ter tantos anos como tem Montalvão) é composta por três sub-bacias hidrográficas: ribeiro do Lapão e ribeira de São João (afluentes do rio Sever) e ribeiro de Fevêlo (afluente do rio Tejo). 




As três sub-bacias têm todas nascentes poderosas que correm todo o ano:

Ribeiro do Lapão (Chafariz de Pales);

Ribeira de São João (Fonte da Travessa);

Ribeiro de Fevêlo (Fonte Ferrenha).


Em Montalvão, um chafariz é uma nascente com uma bica em que a água corre para uma pia onde animais de grande porte (vacum, cavalar, muar e asinino) podem saciar a sede. Uma fonte pode ser um poço - água tirada a caldeiro - mas ficando sempre num espaço público. Uma nascente com bica mas sem pia a que tenham acesso animais de grande porte também é uma fonte, por isso há dois tipos de fonte: com bica e com caldeiro (forma de poço, mas em espaço público). 


Chafariz de Pales. Uma das nascentes com maior capacidade - duas bicas - da freguesia de Montalvão, a mais imponente da antiga folha de «Diagueiros» e uma das nascentes do Ribeiro do Lapão

Num território que pertencia a Montalvão, numa das quatro folhas em que estava dividido junto ao caminho que estruturava este espaço e permitia a sua utilização e atravessamento - a azinhaga do São Silvestre que era um troço do caminho que ligava duas localidades importantes, Castelo Branco (a Norte) e Castelo de Vide (a Sul)  - localizava-se a Ermida do São Silvestre. Todas as quatro folhas tinham um caminho estruturante e uma Ermida importante.


A vermelho: o principal caminho na folha «Diagueiros» que ligava Castelo de Vide a Castelo Branco e vice-versa pela Lomba da Barca, onde se fazia a travessia do rio Tejo. Junto do caminho, já na extremidade do território montalvanense uma Ermida, a pontuar o espaço e de apoio espiritual a quem passava, a Ermida de São Silvestre




Conhecer a evolução de cada uma destas quatro folhas é perceber como se conseguiu assegurar a subsistência de uma povoação como Montalvão. É tão interessante perceber a evolução agrária destes espaços do vasto território montalvanense como perceber a evolução e crescimento dos arruamentos do povoado. Esta folha de «Diagueiros» é um território tão periférico que chegou, em 1970, a ter um lugarejo com cinco casas e 18 pessoas considerado de dimensão suficiente para ter autonomia como lugar denominado «Vale de Figueira» (atualmente em ruínas) no Recenseamento Geral da População, em 1970.



Só pode existir uma povoação e esta ter desenvolvimento durante séculos (sete) porque há um território que lhe deu subsistência e sustentabilidade, bem como a existência de água. Sem água não há vida.


Assim se foi fazendo Montalvão...

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30 setembro 2021

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Depósito da Água (Parte II)

30 setembro 2021 0 Comentários

A ÁGUA CANALIZADA CHEGOU MUITO TARDE A MONTALVÃO MAS...CHEGOU.


Se a energia elétrica foi inaugurada em 1948, a água canalizada e o saneamento (esgotos) apenas nos Anos 60 serviram a população de Montalvão.

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26 setembro 2021

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Eleições 2021, 231 Montalvanenses Votaram

26 setembro 2021 0 Comentários

O PARTIDO SOCIALISTA VENCE EM MONTALVÃO.



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25 setembro 2021

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Eleições Autárquicas 2021: Listas

25 setembro 2021 0 Comentários

PELA DÉCIMA TERCEIRA VEZ OS HABITANTES DA FREGUESIA DE MONTALVÃO - 301 RECENSEADOS - VÃO A VOTOS PARA AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS.

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18 setembro 2021

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Autarquias 2001

18 setembro 2021 0 Comentários

EM 16 DE DEZEMBRO DE 2001 REALIZARAM-SE AS VIII ELEIÇÕES PARA AS AUTARQUIAS LOCAIS: FREGUESIA E CONCELHO.



Em 26 de setembro de 2021 haverá outro ato eleitoral.

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