
Mote
Montalvão é terra antiga
Do tempo de Dom Diniz
Para comprovar o diga
A sua igreja Matriz
I
Montalvão é sítio datado
Imemorial com valor
Sempre forte amado
Com horizonte no rio Salor
II
Montalvão foi excomungada
Por ser intrépida de alma
Resistente e abnegada
Libertou-se num dia de calma
III
Montalvão sempre aguarda
Pois de nada tem medo
Nem do Bispado da Guarda
Que vacilou em credo
IV
Montalvão templária
Fez-se grande e formosa
Cantaram-lhe uma ária
Mui forte e famosa
V
Montalvão ficou na raia
Alcanices a marcou
Para sempre de fina cambraia
Povoado simples abarcou
VI
Montalvão terra com atalaias
Castelo simples para se ver
Ao longe braçadas e maias
Rainha nas margens do Sever
VII
Montalvão foi vila
Dom Manuel lhe deu foral
Adoptou gente reguila
Por isso vive com moral
VIII
Montalvão terra de gentios
Ponedros e Canchos
Avós e tios
Estevas e Ganchos
IX
Montalvão fronteira de Espanha
Começou por ser com Castela
E no tempo de manjar castanha
Até pelejou Mouros para barrela
X
Montalvão será eterna
Lá no alto do cabeço
Monte ermo de lanterna
Cá em baixo no berço
XI
Montalvão terra minha
Dessa gente sem eira
Vou suar naquela linha
De lá vislumbro a Beira
XII
Montalvão
Sempre amada
Vastidão
Sempre suada
Um novo blogue que se saúda! Com o amor à Terra-Mãe, a criatividade, acerto e a cultura do seu autor este é um sítio para visitar com regularidade por parte deste Alfacinha/Transmontano. Estou seguro que vêm aí curiosidades históricas, fotos e boas "estórias". E fará que seguramente eu passe a olhar com mais atenção para o foral, mapas e "estórias" da minha terra transmontana.
ResponderEliminarIsso não são versos de cantigas de mal dizer mas sim... cantigas de amigo!!! O Rei que as cantou, pelo menos a mais conhecida, tem muito a ver com Montalvão: cantiga de amigo da autoria do rei D. Dinis: Na cantiga Ai flores, ai flores do verde pino, de D. Dinis, as flores respondem e tranquilizam uma donzela saudosa e preocupada com a ausência do seu amado.
ResponderEliminarAi flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? Ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs conmigo? Ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado? Ai Deus, e u é? Vós me preguntades polo voss'amigo e eu bem vos digo que é san'e vivo. Ai Deus, e u é? Vós me preguntades polo voss'amado e eu bem vos digo que é viv'e sano. Ai Deus, e u é? E eu bem vos digo que é san'e vivo e será vosco ant'o prazo saído. Ai Deus, e u é? E eu bem vos digo que é viv'e sano e será.