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20 abril 2025

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Semana Santa VI

20 abril 2025 0 Comentários
DOMINGO DE PÁSCOA.




O Domingo de Páscoa pode ocorrer entre o dia 22 de março e o dia 25 de abril. São datas extremas e raramente ocorrem. O último Domingo de Páscoa, em 22 de março, foi no ano de 1818 e o próximo será em 2285, ou seja, 447 anos de intervalo entre um Domingo de Páscoa no dia 22 de março, o dia mais cedo no ano civil. O próximo Domingo de Páscoa, em 25 de abril, será em 2038 e depois só em 2190. Em 1943 ocorreu o último Domingo de Páscoa, em 25 de abril, o dia mais tardio da Páscoa no ano civil. Entre 1943 e 2038 vão decorrer 95 anos... quase um século.  



Domingo de Páscoa, Domingo de Alegria, Domingo de Festa. Pelas nove horas da manhã, o «tamboreiro», um homem que rufava um tambor, dirigia-se à casa (de um dos irmãos de uma Irmandade) onde estava a Bandeira da primeira «Festa» a realizar no novo ano religioso - a Páscoa com a ressurreição de Jesus Cristo - significa o início do Cristianismo, pois o Natal é "apenas" o nascimento de Jesus, educado como Judeu. 



Geralmente a primeira «Festa» era a de «São Silvestre» (Domingo de Pascoela, ou seja, primeiro domingo depois do Domingo de Páscoa, 10 de abril, em 2024) mas havia anos, raros, que a primeira festa era a de «São Marcos» (25 de abril). Em 2025, a de São Marcos vai anteceder a de São Silvestre (27 de abril) pois a Páscoa é a 20 de abril. Se continuassem a realizar-se todas as festividades como ocorreu enquanto Montalvão teve dimensão demográfica suficiente, em 2025, o "tamboreiro" dirigia-se a casa de um irmão da «Irmandade de São Marcos» (foi extinta como quase todas em 1910 com a implantação da República) e saía dessa habitação empunhando a Bandeira à vara da qual pegava com a mão envolvida num lenço de seda. Com o "tamboreiro" à frente a rufar no tambor, seguia para a Igreja Matriz acompanhado dos festeiros auxiliares e pelo escrivão da «Festa de São Marcos» ou de «São Silvestre» quando o Domingo de Pascoela é anterior a 25 de abril, dia de São Marcos. 




Recolhida na Igreja Matriz, a Bandeira de São Marcos ia o "tamboreiro" a casa do Festeiro da segunda festa do ano, em 2025, a de São Silvestre (quase sempre era esta a primeira, mas não em 2025). Bandeira recolhida com o mesmo cerimonial da primeira bem como todas as outras para assinalar as "Festas": «Divino Espírito Santo» (10 de junho), «Santo António» (13 de junho), «Corpo de Deus» (19 de junho, em 2025), «São João» (24 de junho), «São Pedro» (29 de junho), «Nossa Senhora das Mercês» (25 de setembro), «Santíssimo Sacramento» (19 de outubro, em 2025), «Nossa Senhora da Conceição» (8 de dezembro), «São José» (19 de março de 2026) e «Domingo de Ramos» (29 de março, em 2026). 


Havia ainda romaria de «Nossa Senhora dos Remédios» (8 de setembro) e a Festa de Santo André (30 de novembro) num lugarejo anexo a norte de Montalvão. As Bandeiras eram recolhidas por ordem cronológica das festas a realizar entre dois Domingos de Páscoa consecutivos, juntando-se na Igreja Matriz todas as Bandeiras e respectivos festeiros, para assistirem à Missa Pascal.



Depois da Missa organizava-se a Procissão. À frente, o "tamboreiro" a rufar no tambor durante a procissão anunciando alegria pela «Ressurreição de Cristo». Seguia-se a «Cruz da Paróquia», a «Cruz do Santíssimo», o «Guião do Santíssimo» e a sua Irmandade, as Bandeiras pela ordem em que chegaram à Igreja Matriz e por fim, o «Pálio do Santíssimo Sacramento» cobrindo a «Sagrada Custódia». Filas de mulheres, junto às casas, ladeavam a Procissão Pascal, enquanto os homens acompanhavam atrás do Pálio.



Havia uma dezena de Procissões por ano em Montalvão, cada uma com as suas especificidades - só o percurso era comum - aldeia (antes vila) fervorosamente devota desde o dia em que foi fundada pelo que restava dos Templários.



Percorrido o itinerário habitual, a Procissão recolhia-se na Igreja Matriz e as Bandeiras com os respetivos «Festeiros» às respetivas casas, seguindo-se a habitual praxe por ordem cronológica das «Festas» a realizar, com o "tamboreiro" à frente e uma de cada vez. Cada Festeiro que guardaria durante esse ano a Bandeira, oferecia em sua casa aos seus festeiros auxiliares, pão, linguiça assada e copos de vinho, depois do que se despediam aprazando-se com um habitual: «Até ao dia da Festa».



As famílias comemoravam a «Ressurreição de Cristo» com mesa farta, convívio entre os comensais que se prolongava por segunda-feira de Páscoa. 


Finalmente a alegria esfuziante, esperançosa e contagiante depois de uma Quaresma triste, uma Semana Santa de angústia e uma Sexta-feira Santa de dor, desespero e pranto.




Eis Montalvão cuja origem remonta ao mais puro rito do Cristianismo Templário. As atividades humanas decorriam pontuadas pelas cerimónias do Divino


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