UMA DAS QUATRO FOLHAS EM QUE O VASTO TERRITÓRIO MONTALVANENSE ESTEVE DIVIDIDO DURANTE SÉCULOS.
Talvez que desde a formação da localidade já com características de povoação para lá de um lugarejo, entre finais do século XIII e início do século XVI.
Carta Corográfica de Portugal; Folha 28 (Nisa); Escala 1/100 000; Instituto e Geográfico e Cadastral; Edição de 1960; Lisboa |
A pergunta é:
5. Se tem termo seu: que lugares, ou aldeas comprehende, como se chamaõ? E quantos visinhos tem?
A resposta (texto inicial):
5. Tem termo proprio dividido em quatro folhas - a saber Diagueiros, que tem huma legoa de comprimento para as partes de Castello de Vide = a folha de Magdalena, que tem outra legoa de comprimento para as partes de Nisa - A folha das Antas que hé a menor de todas terá três quartos de comprimento para as partes de Castella = finalmente a folha da Barreyra, que tem huma légoa para as partes da Beira, e finalisa no rio Tejo = ...... continua com a descrição e dimensão dos lugares
A folha de DIAGUEIROS (propriedade que ainda existe - e deu nome secular a esta folha montalvanense - com esta designação que deverá ter tantos anos como tem Montalvão) é composta por três sub-bacias hidrográficas: ribeiro do Lapão e ribeira de São João (afluentes do rio Sever) e ribeiro de Fevêlo (afluente do rio Tejo).
Ribeiro do Lapão (Chafariz de Pales);
Ribeira de São João (Fonte da Travessa);
Ribeiro de Fevêlo (Fonte Ferrenha).
Em Montalvão, um chafariz é uma nascente com uma bica em que a água corre para uma pia onde animais de grande porte (vacum, cavalar, muar e asinino) podem saciar a sede. Uma fonte pode ser um poço - água tirada a caldeiro - mas ficando sempre num espaço público. Uma nascente com bica mas sem pia a que tenham acesso animais de grande porte também é uma fonte, por isso há dois tipos de fonte: com bica e com caldeiro (forma de poço, mas em espaço público).
Chafariz de Pales. Uma das nascentes com maior capacidade - duas bicas - da freguesia de Montalvão, a mais imponente da antiga folha de «Diagueiros» e uma das nascentes do Ribeiro do Lapão |
Num território que pertencia a Montalvão, numa das quatro folhas em que estava dividido junto ao caminho que estruturava este espaço e permitia a sua utilização e atravessamento - a azinhaga do São Silvestre que era um troço do caminho que ligava duas localidades importantes, Castelo Branco (a Norte) e Castelo de Vide (a Sul) - localizava-se a Ermida do São Silvestre. Todas as quatro folhas tinham um caminho estruturante e uma Ermida importante.
Conhecer a evolução de cada uma destas quatro folhas é perceber como se conseguiu assegurar a subsistência de uma povoação como Montalvão. É tão interessante perceber a evolução agrária destes espaços do vasto território montalvanense como perceber a evolução e crescimento dos arruamentos do povoado. Esta folha de «Diagueiros» é um território tão periférico que chegou, em 1970, a ter um lugarejo com cinco casas e 18 pessoas considerado de dimensão suficiente para ter autonomia como lugar denominado «Vale de Figueira» (atualmente em ruínas) no Recenseamento Geral da População, em 1970.
Só pode existir uma povoação e esta ter desenvolvimento durante séculos (sete) porque há um território que lhe deu subsistência e sustentabilidade, bem como a existência de água. Sem água não há vida.
Assim se foi fazendo Montalvão...
O que se aprende aqui com o Caratana1 ......
ResponderEliminarMontalvão tem um território gigantesco e quando foi concelho só tinha uma freguesia devido ao despovoamento daí a divisão em quatro folhas. Cada folha dará para fazer cinco textos cada! É Montalvão, é imensidão.
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