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09 outubro 2021

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Dom Dinis 760

09 outubro 2021 2 Comentários

EM 9 DE OUTUBRO DE 1261, HÁ 760 ANOS, NASCEU EM LISBOA, CAPITAL DE PORTUGAL DESDE 1255, O REI DOM DINIS.


Foi durante a vida do filho primogénito de Afonso III que o território montalvanense ganhou coerência social e demográfica de modo a Montalvão constituir-se como povoação dominante afirmando-se como povoado autónomo e influente agregando uma vasta região.


O que interessa assinalar hoje não é fazer uma biografia de Dom Dinis - Rei de Portugal em 16 de fevereiro de 1279, aos 17 anos e 4 meses - mas destacar algumas medidas e decisões que influenciaram o futuro de Montalvão. 



NOTA: Para conhecer a vida do Rei há biografias de Dom Dinis sendo a última editada em 2008 tendo referências a Montalvão.




1. Povoamento

Com as Inquirições (iniciadas ainda com seu pai (Afonso III: 1258) e continuadas com seu filho (Afonso IV: 1343) - inquéritos à existência de povoações/territórios e procedimentos da Nobreza nos territórios que dominavam e como exerciam o poder - há referências a Montalvão nas Inquirições de 1307-1311. Foi com Dom Dinis que foram realizadas mais inquirições (1284, 1288, 1301, 1304/05 e 1307/11). Centradas essencialmente entre o rio Tejo e o rio Minho (onde as localidades eram em muito maior número, dominando territórios com maior densidade populacional e o poder exercido pelos Nobres afetavam mais pessoas) há notas a Sul do rio Tejo. Ainda que não se tenha encontrado o «Foral» que Dom Dinis concedeu a Montalvão como há referências a este no concedido por Dom Manuel I (clicar para 21 de novembro de 1512) há sempre a possibilidade de encontrar o que se sabe ter existido, pois existe. O Futuro o trará. 



2. Ordem dos Templários

Com a extinção do Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (Templários) em 22 de março de 1312, pelo Papa Clemente V e o processo desenvolvido por Dom Dinis para que os bens da Ordem não fossem distribuídos, essencialmente, pelos Bispados, Montalvão e o seu termo (território) foi envolvido nesses bens pois era pertença dessa Ordem Militar. O último Mestre da Ordem dos Templários, Dom Vasco Fernandes que tanto tinha promovido Montalvão permitindo ter um vasto território e singrado como povoado, terminaria os seus dias em Montalvão, em 1323, sepultado junto ao altar-mor da Igreja Matriz. 



3. Alteração da fronteira

Com o Tratado de Alcanizes (clicar  para 12 de setembro de 1297) Montalvão ficou localizado junto da fronteira entre Portugal e Castela (depois Espanha) quando esta recuou na margem esquerda do rio Tejo entre o seus afluente (rio Salor) para outro afluente (rio Sever). Montalvão não mudando de local nem de sítio passava a ter outra importância estratégica por se situar na raia (fronteira) e talvez tenha perdido parte do seu termo (clicar para 22 de agosto de 2020: Cedilho/Casalinho). 



4. Doação

Para a Infanta Dona Branca, nascida em 28 de fevereiro de 1259, mais velha dois anos e oito meses que Dom Dinis foi doada por este, em 1313, Montalvão e o seu termo por troca com Campo Maior. Isto numa "fase intermédia" entre a posse do território montalvanense pela «Ordem do Templo» e a entrega à «Ordem de Cristo».




5. Ordem de Cristo

Com a astúcia de Dom Dinis, para não tornar o Clero português ainda mais poderoso, à extinção da «Ordem do Templo» não houve dispersão dos seus bens mas transferência para uma outra Ordem Militar criada, a pedido de Dom Dinis, pelo Papa João XXII, em 15 de março de 1319, a «Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo» (Ordem de Cristo). Montalvão e o seu vasto território transitaram para esta Ordem estando o território (depois concelho) a ela ligado durante séculos. Com a Cruz da Ordem de Cristo há, pelo menos dois vestígios, em Montalvão, com o símbolo posterior a 1460. Uma sepultura de uma personagem ilustre, talvez um dos muitos comendadores, que transitou do Adro da Igreja para o Cemitério (quando a muralha circular do Castelo foi adaptada a cemitério) e na Casa Paroquial, na rua da Barca, provavelmente a Casa do Comendador, pois junto a ela tinha uma enorme propriedade, em cujas margens surgiram a rua da Barca (dado sul), as Traseiras e a rua da Costa (lodo Este) mantendo durante anos ainda uma habitação nesta rua (clicar para 11 de agosto de 1911).




Quando o Rei Dom Dinis faleceu em 7 de janeiro de 1325, aos 63 anos e três meses, na cidade de Santarém, já Montalvão singrava entre os povoados do Nordeste Alentejano.


Montalvão continuou, desenvolveu-se, ganhou estrutura e dimensão 



2 comentários blogger
  1. Na minha opinião, considero que El-Rei D. Dinis estará no TOP 5 de todos os Reis e Rainhas de Portugal.
    O Caratana1 que de história é catedrático, foca os eventos de Montalvão ao tempo deste Glorioso REI .
    Estou certo que D. Dinis deve ter estado em Montalvão, aquando da reparação de todos os castelos que faziam fronteira com Castela.
    E a minha certeza centra-se no tratado de Alcanizes, porque, os terrenos à volta de Montalvão foram bastante reduzidos. Segundo reza a História, antes desse Tratado o nosso território quase chegava a Cáceres. Mas, como tenho D. Dinis como um dos Reis mais inteligentes, estou certo que ele sabia porque o fez. Talvez ele achasse que os terrenos de Riba Côa eram mais valiosos.
    Obrigado ao Caratana1, por mais este belo pedaço de História.

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    1. Agradeço nobre Viriato Lusitanicvs.
      Boa perspetiva. Dom Dinis foi Lavrador, Povoador e Trovador. De Montalvão merece toda a gratidão

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