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12 julho 2021

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Dicionário Montalvanês - Português III

12 julho 2021 0 Comentários
A TELEVISÃO E AGORA A INTERNET VÃO ACABANDO COM A NOSSA LÍNGUA. O MODO DE SÓ NÓS NOS ENTENDERMOS ENTRE NÓS.


Os professores primários deram-lhe a primeira "machadada" à custa de milhares de reguadas.  Aqui fica a terceira leva. Uma região que já não é bem o Alentejo, mas ainda não é Beira Baixa, nem é Espanha. Mas é quase tudo. É Montalvão. E chega! 


Parte II

A

Aresias - Arreliar. «Ele ou (ao) bobôi (beber) é d'aresias.»

B

Boutêlha - Abóbora. «Magana! Q'a grandê boutêlha.»

C

Catchôpe/Catchópas - Rapazes/Raparigas. «Víste o catchôpe!». Como não havia designação para filho/filha: «Tê cathôpe» (teu filho); «Tu cathópa» (tua filha); «Mê catchôpe/catchópa» (meu filho/minha filha).

D

Derringuédu - Pendurado. «Stá todu derringuédu!» 

E

Êntchebarréde - Num lugar alto ou a incomodar com o corpo. «Elhér! Tás êntchebarréde no lête (cama).»

F

Furda - Espaço fechado para criar porcos. «a vienda p'ró porque (porco) tá na furda.»

G

Galhêta - Chapada. «Tás aqui tás a levé uma galhêta.» 

I

Imunéde - Transformado em môno. «Que imunéde qu'ele anda.» 

J

Em breve neste blogue.

L

Lindas - Divisões entre propriedades sem muros (de pedra) ou vedações (arame/rede). «Tás a pesé (pisar) a linda.»

M

Mône - Zangada. «Que grand mône que s'tás.»

N

Nicôticê - Fútil. «Tã nicôticê a catchópa»

O

Openeioso - Vaidoso. «Magana! Só dá opineã!»

P

Pôrrã - Bilha pequena com duas bicas e uma asa/pega. «Nã te s'quêças du pôrrã.»

Q

Quintêir - Insignificante. «É um quintêir.»

R

Rangãlhu - Farrapo. «Anda fête num rangãlhu.»

S

Sobrecama - Sótão. «Ú que prócuras stá na sobrecama.»

T

Tchã - Propriedade agrícola junto à aldeia. Geralmente de pequena dimensão/microfúndio. «Vai busqué o tchibe ou (ao) tchã.» 

U

Em breve neste blogue.

V

Vienda - Comida para o porco. «Olhá a vienda d'hôje!»

X 


Xaringé - Importunar. «Tás-me a xaringé.»

Z 


Em breve neste blogue.


Como é óbvio numa língua normal como é o montalvanês não cabem no nosso "abecedário da Vila" essas excentricidades do agá (H), kapa (K), dâbleiu (W) e ypsílon (Y)!

Os montalvanenses a quem melhor ouvi falar "montalvanês" foram os meus bisavós maternos (lado da minha avó, embora o seu pai não fosse analfabeto mas a mãe era), a minha avó materna (analfabeta) e os meus avós paternos. Eram analfabetos. Quem tinha passado pela Escola já misturava pronúncias. Obrigado pele legado que deixaram.

Maria Branca (rua do Cabo; nascida em 15 de outubro de 1889/ falecida em 19 de dezembro de 1977) casada, em 31 de maio de 1909 com:
José da Silva Leandro/Pintor (rua Derêta; nascido em 12 de maio de 1887/ falecido em 6 de novembro de 1978). NOTA: Alfabetizado (mas que utilizou muitíssimo pouco comparado com a vivência com a esposa);

Ana da Graça (rua da Costa; nascida em 22 de fevereiro de 1910/ falecida em 3 de junho de 1981); 

Manuel Miguéns/Têxêra (Santo André; nascido em 30 de agosto de 1910/ falecido em 4 de outubro de 1976) casado, em 21 de dezembro de 1932 com:
Maria Joaquina Miguéns (rua da Egrêja; nascida em 4 de agosto de 1914/ falecida em 21 de fevereiro de 2012)
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