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07 julho 2021

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À Porta Desta Igreja

07 julho 2021 0 Comentários

MILHARES DE CASAMENTOS COM BODAS MAIS OU MENOS FAUSTOSAS SE FIZERAM DURANTE SETE SÉCULOS.




Os casamentos em Montalvão eram variados, como em todo o lado, mas a tendência era para os noivos pertencerem à mesma classe rural: entre filhos de Proprietários, entre filhos de Lavradores e entre filhos de Jornaleiros e artesãos. Há sempre excepções encontrando-se por vezes "cruzamentos" entre Proprietários e Lavradores, bem como noivas filhas de Lavradores a casar com filhos de Jornaleiros muitas vezes a trabalhar à jorna em terras do sogro...Geralmente filhos de Jornaleiros conceituados (Feitores), ou seja, onde trabalhava há muito o pai do noivo com trabalho apreciado pelo Lavrador.

A Igreja Matriz era o centro da vida social de Montalvão com as primeiras filas (junto ao Altar-Mor) ocupadas por cadeiras individuais para Proprietários e Lavradores, entrando pelas duas portas laterais junto ao Altar. Atrás os bancos corridos para Jornaleiros, artesãos e artífices com entrada pela porta central. 


Os casamentos geralmente - há sempre exceções - eram celebrados com os noivos a serem mais velhos, tendo cerca de 2/4 anos de diferença das noivas. Deixo um exemplo que domino de sete casamentos, num período de 72 anos (1887/1959) relacionados com a minha família. Em sete casamentos, seis têm noivos mais velhos e apenas num a noiva é mais velha, mas por escassos cinco meses. Nos restantes seis, o noivo em quatro - 1887, 1895, 1930 e 1932 - tem dois, três ou quatro anos a mais que a noiva, restando dois em que o noivo não chega a um ano de diferença, num casamento em 1913 e noutro em 1959.  


Tendo em conta esta "matriz/tradição/hábito" não era fácil que «catchôpos e catchópas» com a mesma idade escolar um dia mais tarde, cerca de dez anos depois se casassem. Até porque até 1950 as Escolas para rapazes e raparigas não coincidiam: rua de Sam Pôidre (catchôpos) e rua da Barca (catchópas). Mas não era a separação física, era o hábito/tradição dos noivos serem 2/4 anos mais velhos que imperava. Podia ocorrer que rapazes das classes mais velhas (4.ª classe) casassem com raparigas da (1.º classe) suas contemporâneas na escola. A regra era os rapazes mais novos casarem com raparigas que só entrariam na Escola depois deles saírem e as raparigas mais velhas casarem com rapazes que há muito abandonaram a Escola. Além desta questão demográfica, depois ainda há o aspecto social. Se cerca de 90 por cento dos «catchôpos» nos Anos 40 frequentavam os quatro anos de escolaridade para as «catchópas» seriam cerca de 60 por cento e nem 50 por cento fazia a 4.ª classe, quedando-se pelo exame da 3.ª classe. Este era realizado em Montalvão enquanto o da 4.ª classe era realizado em Nisa.



Assim juntando as duas fotografias, obtidas provavelmente em Maio de 1947, entre 85 «catchôpos» e 64 «catchópas» realizaram-se 14 casamentos.


CATCHÔPOS

Para saber os nomes (clicar)


 


CATCHÓPAS

Para saber os nomes (clicar)


Os casamentos entre «catchôpos e catchópas» que constam das duas fotografias:





O Casamento e a Boda será motivo, mais do que suficiente, para ser descrito num texto à parte, com o pormenor que merece.


Tal como o conhecimento e enamoramento entre dois montalvanenses que vivendo um tão grande isolamento facilitava o casamento entre habitantes de Montalvão. 




Assim e foi construindo uma povoação freguesia que chegou ao limiar de três mil habitantes em meados/finais dos anos 40
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