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21 março 2025

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Montalvão: Terra dos Poetas Ativos (Parte VI)

21 março 2025 0 Comentários

EM SETE SÉCULOS DE MONTALVÃO É MULTIPLICAR POR SETE OS POETAS MONTALVANENSES.



Em média, há um rimador por geração (25 anos) parece-me a mim! Poetas um a cada cem anos! Talvez!


João de Matos Rico


MONTALVÃO

Montalvão é terra alta
E tem gente muito honrada
Na classe aristocrata
E na de mão calejada.

Tem uma Banda afinada
E contratos não lhe falta
Com boa rapaziada
Montalvão é Terra alta.

Praticam a agricultura
Quer com o arado ou a enxada
Sua água é muito pura
E tem gente muito honrada.

Há toda a diplomacia
No Povo e em toda a malta
E há também cortesia
Na classe aristocrata.

Há lealdade na sua gente
Na classe mais abastada
Se a memória me não mente
E na de mão calejada.

Julho 1986

JOSÉ ANTÓNIO VITORINO

(Ti Zé do Santo) 

(nasceu em 2 de fevereiro de 1915/Salavessa; falecido)



QUEM SOU?


José António Vitorino

Conhecido por «Zé do Santo»

Viúvo, um pássaro sem ninho!...

Vivo à mercê do destino,

Sempre um viver palpitante...


A minha jovem velhice

Para o que me havia de dar,

Faz lembrar-me a meninice...

Que eu tive afago e meiguice

E passei a vida a chorar.


Chego a casa que tristeza

Me comove o coração!...

Nunca tenho a luz acesa,

Quando eu tinha sempre a mesa

Já pronta para a refeição.


Tenho filhas, tenho netos,

Todo o bem sobre mim cai.

Isto são pontos concretos,

Tenho dois genros completos

Que até me tratam por pai.


De tudo o que eu preferia

Não é como a gente quer.

Para acabar esta arrelia

Era ter morrido no dia

Que morreu minha mulher...



António da Graça Henriques
(Nasceu, na rua do Outeiro, em 27 de março de 1955)



TERRA COM FAMA
És uma terra com fama
Nunca serás esquecida
Ó terra da minha alma
O ser da minha vida
Sou aquilo que quiseres
Com amor e paixão
Recordo e tenho orgulho
Dos tempos que já lá vão
Uma criança traquina
Que gosta do teu ser
Orgulho da tua fama
Gostava de aí viver
É com muita vaidade
O que eu penso de ti
Grande orgulho para mim
Quando estou perto de ti
O tempo passa depressa
Mas a paixão continua
Eu o menino traquina
Que nasceu naquela Rua

ANTÓNIO JOSÉ BELO


(Ti Zézana)


(Nasceu em 11 de junho de 1912 e faleceu em 26 de junho de 2002; morador na rua Direita, gaveto com a Ruínha de Cima, empalhador de «cadêras»: Ti Zézana; ensaiador das Contradanças)





Para o final dois poemas publicados num livro extraordinário editado em dezembro de 2024. É o terceiro livro do poeta que consegue sublimar a sua poética elevando-a à beira de perfeição tal como as aves cantam para o Céu.

Carlos Alberto Lucas da Silva
(Nasceu, no Arrabalde, em 12 de junho de 1946)



FADO MONTALVÃO

I
Das letras desencontradas
que perduram nos meus dedos
nascem bandos de madrugadas
voando entre segredos.

II
No corpo do poema
nasceu uma flor
que entra em cena
quando canta o meu amor

III
Pelas barreiras do Lapão
só desce quem quer
vai a Montalvão
e abraça o rio Sever.

IV
Que dentro da minha alma
corre desassossegado
e sem calma
nas correntes deste fado.

............................................................................................

MINHA MORADA

Oh minha morada
entre o sol
e ininterrupta viagem
sem alvoradas
inventei uma nuvem
com a minha imagem
vinda das galáxias
onde repousa a memória
dos sonhos ardentes
que iluminam a escuridão
com toda a sua glória
Oh minha morada
algures entre o rio Sever
e o Lapão
onde as aves da minha idade
à sombra de uma azinheira
escrevem saudade
e cantam a liberdade.

Oh minha morada!


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