EM SETE SÉCULOS DE MONTALVÃO É MULTIPLICAR POR SETE OS POETAS MONTALVANENSES.
Em média, há um rimador por geração (25 anos) parece-me a mim! Poetas um a cada cem anos! Talvez!
João de Matos Rico
MONTALVÃO
Montalvão é terra alta
E tem gente muito honrada
Na classe aristocrata
E na de mão calejada.
Tem uma Banda afinada
E contratos não lhe falta
Com boa rapaziada
Montalvão é Terra alta.
Praticam a agricultura
Quer com o arado ou a enxada
Sua água é muito pura
E tem gente muito honrada.
Há toda a diplomacia
No Povo e em toda a malta
E há também cortesia
Na classe aristocrata.
Há lealdade na sua gente
Na classe mais abastada
Se a memória me não mente
E na de mão calejada.
Julho 1986
JOSÉ ANTÓNIO VITORINO
(Ti Zé do Santo)
(nasceu em 2 de fevereiro de 1915/Salavessa; falecido)
QUEM SOU?
José António Vitorino
Conhecido por «Zé do Santo»
Viúvo, um pássaro sem ninho!...
Vivo à mercê do destino,
Sempre um viver palpitante...
A minha jovem velhice
Para o que me havia de dar,
Faz lembrar-me a meninice...
Que eu tive afago e meiguice
E passei a vida a chorar.
Chego a casa que tristeza
Me comove o coração!...
Nunca tenho a luz acesa,
Quando eu tinha sempre a mesa
Já pronta para a refeição.
Tenho filhas, tenho netos,
Todo o bem sobre mim cai.
Isto são pontos concretos,
Tenho dois genros completos
Que até me tratam por pai.
De tudo o que eu preferia
Não é como a gente quer.
Para acabar esta arrelia
Era ter morrido no dia
Que morreu minha mulher...
António da Graça Henriques
(Nasceu, na rua do Outeiro, em 27 de março de 1955)
TERRA COM FAMA
És uma terra com fama
Nunca serás esquecida
Ó terra da minha alma
O ser da minha vida
Sou aquilo que quiseres
Com amor e paixão
Recordo e tenho orgulho
Dos tempos que já lá vão
Uma criança traquina
Que gosta do teu ser
Orgulho da tua fama
Gostava de aí viver
É com muita vaidade
O que eu penso de ti
Grande orgulho para mim
Quando estou perto de ti
O tempo passa depressa
Mas a paixão continua
Eu o menino traquina
Que nasceu naquela Rua
ANTÓNIO JOSÉ BELO
(Ti Zézana)
(Nasceu em 11 de junho de 1912 e faleceu em 26 de junho de 2002; morador na rua Direita, gaveto com a Ruínha de Cima, empalhador de «cadêras»: Ti Zézana; ensaiador das Contradanças)
Para o final dois poemas publicados num livro extraordinário editado em dezembro de 2024. É o terceiro livro do poeta que consegue sublimar a sua poética elevando-a à beira de perfeição tal como as aves cantam para o Céu.
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