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29 março 2023

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Manuel Godinho: a Viagem Imortal

29 março 2023 0 Comentários

HÁ 360 ANOS, EM 1663, MANUEL GODINHO CHEGAVA A BAÇORÁ (NO ATUAL IRAQUE) DEPOIS DE DEIXAR A ÍNDIA PORTUGUESA (BAÇAIM), EM 15 DE DEZEMBRO DE 1662.


Em 1665 publicaria o livro a relatar essa viagem que fez por uma rota improvisada visto a viagem ser secreta. Uma obra notável que teve várias edições. A penúltima em 1944 e a última em 1974. Espero que em 2025 (360 anos da publicação da 1.ª edição) seja publicada a 5.ª edição, depois de 1665, 1842, 1944 e 1974. Eis um exemplar digitalizado da 2.ª edição (clicar) ou nesta (clicar).



A célebre viagem secreta, entre 15 de dezembro de 1662 (Baçaim/Índia) e 25 de outubro de 1663 (Cascais/Portugal) de cuja primeira etapa - de Baçaim a Surrate (15 a 21/22 de dezembro de 1662) - já se escreveu (clicar) e da segunda - Surrate a Comorão (5 de fevereiro a 1 de março de 1663) - também (clicar). Tal como a terceira etapa entre Comorão/Congo da Pérsia e Baçorá, ou seja entre 5 de março/14 de março de 1663 e 29 de março de 1663, sabendo-se que de barco navegou do porto do Congo da Pérsia em 14 de março de 1663 (clicar).



Estamos num tempo em que as viagens de barco eram muito mais seguras, cómodas e rápidas. Ventos e mares estavam completamente dominados pelos navegadores, depois dos portugueses terem percebido os ventos e corrente marítimas no oceano Atlântico e Índico. Haveria dezenas de milhares de navios a navegar em simultâneo diariamente. Atravessou o Golfo Pérsico em 15 dias, entre 14 e 29 de março de 1663. Uma proeza num barco à vela. Só para quem sabia dominar (bem) o vento percebendo todas as suas cambiantes e como as aproveitar.




Chegada a Baçorá

Após 15 dias a navegar chegou a Baçorá. Esta cidade está 55 quilómetros a norte do Golfo da Pérsia, mas é como se não estivesse pois é um porto do rio Chate Alárabe que tem em Baçorá 232 metros de largura e 800 metros na sua foz no Golfo da Pérsia. O rio Chate Alárabe - em forma de canal - resulta da confluência, dos dois grandes rios Tigre (1 900 quilómetros) e Eufrates (2 800 quilómetros), a cerca de 100 quilómetros a montante de Baçorá. 



Estadia em Baçorá

Manuel Godinho sabia muito bem como viajar, em particular por terra, e os cuidados a ter. Permaneceu onze dias em Baçorá a preparar com todo o esmero possível uma deslocação de milhares de quilómetros feita com uma ideia mas sem saber com rigor por onde ir e como eram os locais que iria atravessar, a não ser as cidades míticas - Bagdade, Ana, Alepo e o porto de Alexandreta, no Mar Mediterrâneo Oriental - que conhecia de as ler ou ouvir outros contar acerca delas. Manuel Godinho preparouo novo percurso, em Baçorá, entre 29 de março e 9 de abril de 1663.



Até Baçorá a viagem foi em 90 por cento por Mar (Oceano Índico e Golfo da Pérsia), mas adivinhava-se o mais complexo - atravessar por terra - do Golfo da Pérsia (prolongamento do Oceano Índico) para o Mar Mediterrâneo (prolongamento do Oceano Atlântico). "Coragem, abnegação, respeito e missão patriótica", eis o desígnio que fazia viajar o montalvanense Padre Manuel Godinho.



Até 19 de abril de 2023

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