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05 fevereiro 2023

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A Viagem Relatada em Livro

05 fevereiro 2023 0 Comentários

HÁ 360 ANOS O MAIS ILUSTRE MONTALVANENSE REALIZOU A VIAGEM QUE LHE PERMITIU ESCREVER O LIVRO QUE DARIA O "PASSE" PARA A IMORTALIDADE.



Ou como escreveu Luís de Camões, a obra que da morte o libertaria.


A célebre viagem secreta, entre 15 de dezembro de 1662 (Baçaim/Índia) e 25 de outubro de 1663 (Cascais/Portugal) de cuja primeira etapa - de Baçaim a Surrate - já se escreveu (clicar). 



A estadia em Surrate foi longa, cerca de 50 dias, à espera de ventos favoráveis para rumar a Oeste. Chegou em 21 ou 22 de dezembro de 1662 e partiu em 5 de fevereiro de 1663, há precisamente 360 anos.


Além do talento para escrever o que ia observando percebe-se que era erudito conhecendo bem o que estava escrito acerca da presença de Portugal nessa região da Índia. Dominava a extensa obra «As Décadas» (
Volumes I em 1552; II em 1553; III em 1563; e IV, em 1615) de João de Barros (Viseu; 1496 - 20 de outubro de 1570; Pombal; aos 74 anos) depois continuada por Diogo do Couto (1542 - 10 de dezembro de 1616; Goa/Índia; aos 74 anos) ambos mais velhos que ele, nascido em Montalvão (5 de dezembro de 1633) e falecido em Loures (25 de fevereiro de 1712), aos 78 anos. A sua erudição aliada à perspicácia permitiu-lhe ser um inovador criticando e lamentando a decadência portuguesa na Ásia, que já era factual em meados do século XVII.



Após ter aproveitado a longa estadia em Surrate para descrever os usos e costumes dessa localidade que prosperava, bem como as relações dos seus habitantes com os portugueses embarca rumo a Portugal, mas numa viagem longa haveria muito para contar.








O navio fez escala em Mascate que foi portuguesa entre julho de 1507 e 23 de janeiro de 1650, ou seja, há 13 anos que deixara de pertencer a Portugal quando o padre Manuel Godinho por lá passou.








Em Comorão, dominada um século (1514/1614) por Portugal, a nau "lançou ferro" (âncora) pelas duas da tarde de 1 de março de 1663, para Manuel Godinho ficar quase semana em Comorão permitindo-lhe visitar a saudosa (para os portugueses, Ormuz).


A ilha de
Ormuz foi conquistada em 10 de outubro de 1507 numa batalha sangrenta, depois perdida durante o mês de janeiro de 1508 e finalmente portuguesa, entre 1 de abril de 1515 e 3 de maio de 1622, ou seja, quando o montalvanense a visitou, há 41 anos que deixara de pertencer a Portugal. Percebe-se como a ilha que controlava um tão vasto espaço sendo tão pequena era como um rochedo colocado por Deus como se fosse um farol para conquistar espaço mais vasto, continuava a enfeitiçar os portugueses mesmo depois de há muito terem deixado de a governar e controlar.


A riqueza das suas descrições, sem dilemas ou tabus, está no modo como os pormenores têm sempre justificação.



Até 14 de março de 2023
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