Foi o mapa escolar mais rigoroso feito em Portugal nos Anos 30 (Março de 1937) só mais tarde, na década de 50, suplantado por outros que integravam temáticas diversificadas, como as principais serras, os rios e as batalhas. Entre as cidades e vilas, Faria Artur não se esqueceu de mapear uma aldeia, a sua aldeia de Montalvão. Além de escrever inúmeras lições nos quatro livros do ensino primário, dicionários e vocabulários, com vocação para a Geografia, os assuntos desta ciência tiveram nele o especialista entre os quatro autores que colaboravam para permitir aos alunos portugueses um ensino facilitado dentro da exigência de ao fim de quatro anos estar apto para seguir estudos ou ter formação para ser bom profissional e cidadão.
Co-autor com Manuel Subtil, Cruz Filipe e Gil Mendonça, tendo como ilustrador Eduardo Romero, dos livros de leitura das quatro classes do ensino primário, dezenas (centenas ?) de montalvanenses aprenderam pelos seus livros e estudaram pelo mapa pelo qual foi o maior responsável, sem que soubessem que Faria Artur era natural de Montalvão. O que é incompreensível como não era assunto relevante, na Escola, em Montalvão.
António de Matos Faria Artur lutou contra o destino. Ainda não chegara aos três anos, já era órfão de pai e - quatro meses depois - da mãe, ambos faleceram na sua habitação, na Praça (da República, depois de 1910). Com pouco mais de oito anos, deixou Montalvão e foi internado na Real Casa Pia de Lisboa onde fez o ensino primário e o Liceu, em nove anos. Aos 17 anos, saiu provisoriamente dois anos letivos para o Seminário Patriarcal. Aos 19 anos, deixou a Instituição, distinguindo-se com mérito a todos os níveis, desde o académico ao comportamento.
Depois do casamento na Sé de Portalegre com uma nisense (D. Maria Luiza), regressou à Instituição onde foi professor do ensino primário durante 25 anos letivos, até se aposentar com 62 anos. Ficou viúvo, aos 82 anos, e faleceu, em Lisboa, a seis dias de completar 90 anos. Certamente que neste blogue haverá um regresso a mais evocações de Faria Artur num futuro próximo.
Houve outros mapas que tendo mais informação foram substituindo o mapa do montalvanense.
Entre outros, este foi o mapa escolar que estava pendurado numa das paredes das duas salas de aula onde estive quatro anos, dois em cada uma. Já não era o do montalvanense Faria Artur.
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