Todos os santos anos desde que se começava a poder entender o que se fazia ou dizia e conseguir caminhar, era hábito, para quem podia, ir em peregrinação, à graciosa capela de Nossa Senhora dos Remédios (senhô-drumédes, em montalvanês) rezar Cem Santas "Avé-Marias" sem as ofertar para que nos restantes dias do ano, perante uma qualquer aflição, pudessem invocar:«Valham-me As Cem Avés-Marias Que Eu Rezei Na Primeira Sexta-Feira de Março».
A Mais Bela de Todas as Belas Montalvanenses |
Escola Primária
Com a institucionalização do Ensino Primário obrigatório o ritual manteve-se. Na manhã da primeira sexta-feira de Março, os rapazes e raparigas que frequentavam a escola primária tinham por ritual a Confissão Quaresmal a Jesus. Depois partiam em romagem para a ermida de Nossa Senhora dos Remédios, a Noroeste de Montalvão, cerca de dois/três quilómetros, conforme o caminho de baixo ou o de cima, onde rezavam cem Avés-Marias sem as oferecer para delas poderem usufruir nos restantes dias do ano perante uma aflição.
Gentios I
Quem pudesse - geralmente as mulheres que não andavam nas lides do campo ou homens que estivessem livres dos seus afazeres profissionais - nesse dia também se confessavam, acompanhando os estudantes, chegando a duas centenas, os montalvanenses que faziam a romagem.
Gentios II
Aquelas pessoas que não podiam ir à ermida e tinham a devoção, cumpriam o ritual nas suas próprias casas ou propriedades rurais.
Gentios III
Ainda hoje, mesmo entre os milhares de montalvanenses e seus descendentes, na sua diáspora mundial, cumprem a tradição, alguns a centenas até a milhares de quilómetros da Capital da Devoção Montalvanense, a ermida da «Senhô-Drumédes».
Eis Montalvão cuja origem remonta ao mais puro rito do Cristianismo Templário. As atividades humanas decorriam pontuadas pelas cerimónias do Divino
0 comentários blogger
Enviar um comentário