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08 novembro 2020

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Monte do Pombo

08 novembro 2020 0 Comentários
UM LUGAREJO DE MONTALVÃO QUE CHEGOU A TER 27 CASAS E 67 PESSOAS EM HABITAÇÃO PERMANENTE.



Em meados dos Anos 50 começou a ficar despovoado até perder o último habitante temporário nos Anos 60 e definitivo nos Anos 70.



Seguiu-se o abandono.

O lugarejo mais Setentrional do Além-Tejo
Mas chegou a ser a localidade, ainda que um lugarejo (Monte) mais a norte do Norte Alentejano, com nascimentos e mortes registadas e certificadas. A última localidade antes de atravessar o rio Tejo para Norte ou a primeira depois de atravessar o grande rio peninsular de Norte para Sul.


Em 1758: 13 edifícios e cinquenta pessoas
Na descrição (arquivada na Torre do Tombo, em Lisboa) que Vigário Frei António Nunes Pestana de Mendonça faz, em 24 de abril de 1758, a pedido do Poder Central, em Lisboa, para avaliar os estragos provocados pelo terramoto em 1 de novembro de 1755 (original e tradução) à pergunta:

«6. Se o tem, que Lugares, ou Aldeas, comprehende, como se chamaõ, e que visinhos tem?» 

De Montalvão responde: «= Tem e comprehende em si esta freguesia, cinco lugares a que vulgarmente se chama Montes = a saber Monte do Pombo que tem trese fógos e trinta e três pessoas de comunhão; dezassete pessoas menores. -»



Ocupação humana e agrária compreensível e justificada
Era um local fundamental para poder usufruir de condições geomorfológicas superiores às da maior parte do território. Condições - arcoses e cascalheiras - muito semelhantes às que permitiram estabelecer ocupação humana e crescimento populacional na Salavessa. Estas condições justificavam, em grande parte, a sua existência e localização.



A localidade de Montalvão como sede de concelho e depois de freguesia ficou sempre muito periférica em relação ao centro geográfico do território que tem sob sua "jurisdição".

Caminho Castelo de Vide para Castelo Branco e vice-versa
O Monte do Pombo não ficava em pleno caminho milenar que ligava Castelo de Vide a Castelo Branco ou este a Castelo de Vide mas ficava numa encosta para Nordeste, com muita e boa água, já muito próximo da Lomba da Barca, onde se fazia a travessia do rio Tejo. A uma légua de Montalvão, concretamente 4.8 quilómetros e a 1,1 quilómetros da margem esquerda do rio Tejo.


O Ti Mané Corrêa
Foi o grande proprietário dos terrenos ao redor do Monte do Pombo. Os habitantes deste lugarejo faziam muitos trabalhos sazonais para ele, tal como para o Laia (dono da herdade Lomba da Barca) e com origem num povoado da Beira Baixa. Muitos habitantes do Monte do Pombo viviam das suas hortas - o lugarejo era generoso em água permitindo hortas junto das linhas de água - vendendo em Montalvão. Além disso alguns habitantes de Montalvão tinham olivais, com alguns sobreiros e pinheiros mansos, nos cabeços de arcoses e cascalheiras pois estas permitiam que, também, a cobertura vegetal fosse generosa. Uma "saca de azeitona" do Monte Pombo dava um alqueire de azeite. Eram consideradas das melhores oliveiras do território montalvanense. Até ao apanhar (ripar) azeitona ficavam as mãos logo untadas, enquanto noutros locais a azeitona era mais «abrufêra» (água russa) que «azête». Escrever acerca do Monte do Pombo nunca se pode olvidar os antepassados do Ti Mané Corrêa e dos seus descendentes. Provavelmente foram dos primeiros a chegar e de certeza, os últimos, a abandonar o lugarejo.





Assim se foi fazendo e desfazendo Montalvão

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