NÃO PARECE VEROSÍMEL TER EXISTIDO UM CONVENTO EM MONTALVÃO.
O "Pátio" é muitas vezes referenciado como sendo um antigo convento ou o que resta de um antigo convento. Tal não parece possível.
Em 24 de abril de 1758 o Vigário Frei que descreve o território montalvanense a pedido da Corte, em Lisboa, também para avaliar os danos provocados, em todo o território de Portugal, pelo terramoto de 1 de novembro de 1755 é perentório.
Para a pergunta:
«Se tem Conventos, e de que Religiosos, ou Religiosas; e quem são os seus Padroeiros?»
Respondeu:
10 - Naõ tem convento algum de Frades, nem Mosteiro de Religiosas.
Em 1758 não tinha. Depois seria impossível não haver referências, até porque em 30 de maio de 1834 foram extintos, ou dada ordem, para serem extintos. Antes parece inverosímil, pois o Vigário Frei António Nunes de Mendonça teria feito alguma referência. Em 24 de abril de 1758, o território do concelho de Montalvão, contava com 1015 habitantes, 750 de maioridade e 265 menores. Um convento ou mosteiro teria impacte suficiente, se tivesse existido, num núcleo populacional tão reduzido para não ser recordado e referenciado. Um convento ou mosteiro sendo instituição religiosa, com infraestrutura (edifício) e superestrutura (frades ou freiras) mesmo que não existisse em 1758 seria referenciado por um elemento do Clero ao fazer uma descrição pormenorizada do território montalvanense, como já tendo existido e entretanto deixado de existir. Como aliás escreveu ao afirmar que o hospital começou por ser albergaria que se anexou à Misericórdia.
Antes do século XVIII (1701 a 1800) existiu? É pouco provável. Mas cada terra deve ter os seus Mitos. É sempre bom. Eu não acredito que alguma vez tenha existido, mas quem sabe...
O «Pátio» parece-se muito mais com um lugar onde se exercia o poder judicial, até porque ficava atrás dos Paços do Conselho, na Praça (depois de 1910, da República). E o Pátio ao cimo da rua do Arneiro sempre me fez lembrar, embora com a devida dimensão entre Montalvão e Lisboa, o célebre "Pátio do Tronco", em Lisboa, onde esteve detido, em 15 de junho de 1552, Dia do Corpo de Deus, e foi depois levado para a prisão, até 24 de março de 1553, o nosso Luís Vaz de Camões.
Assim se foi fazendo Montalvão...
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