Em Portalegre, no dia 5 de junho de 1944, há 76 anos, integrando a «Exposição da Vida Corporativa do Distrito de Portalegre». Além de um restrito grupo de folclore no «Serão Alentejano» (10 de junho) e no «Sarau de Encerramento» (25 de setembro), teve grande sucesso a recreação de um quadro vivo do ciclo de cultura do linho com fiação e tecelagem a cargo de três mulheres montalvanenses: avó, filha e neta. A avó fiava, a filha dobava (enchia as canelas) e a neta tecia, num pequeno tear manual, feito em madeira pelo Ti Zé Caratana, e no qual conseguiram tecer durante três meses um conjunto excelente de peças que deliciaram visitantes e repórteres de jornais de Lisboa: belos lençóis, "manta-rapazes", meias, roupa interior e toalhas que foram expondo.
Além da componente de trabalho houve ainda destaque para o lazer, em 10 de junho (sábado) com a interpretação de quatro contradanças («Sapatilha», «Fandango Alentejano», Verde Gaio» e «Lari-Clá-Clá») pelo Grupo Folclórico da Casa do Povo de Montalvão - é incorrecto chamar Rancho, pois foram apenas quatro pares de rapazes e raparigas - superiormente orientados pelo insigne António José Belo. Os quatro pares: António José Belo (Ti Tónhe Zézana)/ Maria Emília Pereira; João António Lopes/Nazaré Belo dos Santos; João António de Matos (Ti Duro)/ Maria Semeda (Xá Galinha); e João José Júlio (Ti Fratel)/ Josefa dos Santos Bizarro (cunhada - maridos irmãos - da Xá Galinha). Dançaram ao ritmo da concertina de João Pedro Martins (Ti Xanana).
Enquanto as três tecedeiras do linho ficaram toda a exposição, o «Grupo Folclórico» regressou para o encerramento da exposição, em Elvas, a 25 de setembro de 1944. Mas esta evocação fica para a data apropriada que contará numa NOTA FINAL com os relatos da Imprensa (elogiosos para com a representação montalvanense tal como os da estreia), tal como consta no dia de hoje, com notícias em todos os jornais de maior circulação nacional, como se mostra em resumo e completará na data anunciada.
E assim se ia fazendo Montalvão...
NOTA FINAL: Recortes dos três jornais de maior circulação em Portugal, em 1944, a 6 de junho: «O Século», «Diário de Notícias» e «Diário da Manhã».
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