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18 junho 2020

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Montalvão Descentrado

18 junho 2020 0 Comentários
ATUALMENTE MONTALVÃO NÃO OCUPA UMA ÁREA CENTRAL NO TERRITÓRIO QUE ADMINISTRA COMO FREGUESIA.



A localidade de Montalvão como sede de concelho e depois de freguesia ficou sempre muito periférica em relação ao centro geográfico do território que tem sob sua "jurisdição".



O «Sítio», o «Local» e a centralidade
Para Montalvão, percebe-se que o «sítio» - um lugar no topo de um "monte perfeito" (Leste/Oeste) que domina do alto o território até longas dezenas de quilómetros parece ter sido mais importante que o «local», ou seja, a posição que ocupa no território que domina. É possível calcular com rigor o centro geográfico da freguesia de Montalvão, embora seja complexo e moroso pela configuração, mas não há necessidade para o que se pretende.  O centro geográfico está algures a Norte da «Palmeirinha». Na atualidade a sede de freguesia está completamente descentrada em relação ao território da sua freguesia, mas...


Antes do «Tratado de Alcanices» (12 de setembro de 1297)
Não se sabe (ainda não se sabe...) os limites para Leste do território de Montalvão. A Vila montalvanense teria como limite Leste o leito do rio Sever ou iria mais para Este pois sabe-se que a fronteira de Portugal com o Reino de Leão era no rio Salor? Se o território de prolongasse mais dez/vinte quilómetros para Este, Montalvão seria central. Além do «sítio» justificava bem o «local».


Apesar da distorção cartográfica num mapa do século XVIII optou-se por este em detrimento de um atual, mais equilibrado mas com menos sentido. Percebe-se o porquê da escolha... 

As "descentralidade": Norte (7,5 km), Sul (8,5 km), Leste (2,5 km) e Oeste (11 km)
Principalmente na relação Este e Oeste. Entre o rio Sever (a Este) e a confluência do ribeiro de Fivenco ou Fevêlo com o rio Tejo (a Oeste) a proporção é de quatro vezes mais (440 por cento): 2,5 para 11 quilómetros. Entre a confluência do rio Sever com o rio Tejo (a Norte) e a confluência da ribeira de São João com o rio Sever (a Sul) é de 88 por cento: 7,5 para 8,5 quilómetros. Em cima da ou sobre a... raia (fronteira).



O exemplo de Nisa
A sede de concelho (Nisa) ocupa um lugar central bem condizente com o lugar territorial histórico que sempre teve. Só as localidades históricas, mas com território diminuto (o que sublinha o factor histórico a sobrepor-se ao territorial), Castelo de Vide e Marvão impossibilitam uma "quase perfeição". 



Os «vizinhos» ilustres de Nisa 
O concelho de Marvão é pouco maior que a freguesia de Montalvão e o concelho de Castelo de Vide tem pouco mais do dobro da freguesia de Montalvão. Percebe-se bem quão importante é territorialmente Montalvão.


As periferias montalvanenses
A localização de Montalvão junto do seu limite Leste (rio Sever), aliada à grande distância para o importante rio central da Ibéria (rio Tejo) num misto de "obrigação" e "funcionalidade" possibilitou a necessidade de criar lugarejos no Noroeste, Sudoeste e Sudeste do território montalvanense.



Além de Montalvão - e devido a essa descentralidade - foi necessário criar dois lugares - Salavessa e Monte do Pombo - no território junto ao rio Tejo onde havia facilidade no acesso a água e a terrenos mais "fáceis de trabalhar" que o de xisto, os das cascalheiras, ponedros e arcoses/arenitos. Nestes a proliferação de nascentes com «boa água, em qualidade e quantidade» é superior ao resto do território. Ficando estes tão afastados de Montalvão num tempo em que as deslocações eram difíceis, de Inverno muitas vezes impossíveis e com terrenos a necessitar de trabalho diário fez muito mais sentido fixar população junto a eles - que permitiram o seu crescimento demográfico - que habitar em Montalvão e depois ter trabalho rural tão longe. Houve outros lugarejos, talvez uma dúzia em toda a orla do rio Tejo à ribeira de São João, mas eram consequência de necessidades e prioridades dos seus proprietários. Foram lugarejos de circunstância que duraram pouco tempo, ou que pelo menos, nunca tiveram capacidade para fixar população durante décadas a fio... É por isso interessante perceber o que se passou em sete séculos de território montalvanense.

EM BREVE (TANTO QUANTO POSSÍVEL)

Parte II - O Sudoeste e a Salavessa

Parte III - O Noroeste e o Monte do Pombo

Parte IV - Outros lugarejos



Assim se fez Montalvão...

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