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13 abril 2020

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Os Açougueiros

13 abril 2020 0 Comentários
HOUVE DEZENAS DE AÇOUGUEIROS EM SETE SÉCULOS MONTALVANENSES.



No auge demográfico e social de Montalvão no século XX (Anos 40 e 50), houve o Ti Zé Ramalhete na rua Direita, o Ti Juan André na travessa da Praça e o do Bagulho no Arrabalde, praticamente, em frente à sua taberna. Havia ainda a salsicharia da Xá Júlia, na casa de gaveto entre a Praça e a travessa desta, que também tinha açougue, principalmente, carne de porco.


Num tempo em que se comia pouca carne fresca em Montalvão, três açougueiros garantiam o abastecimento da povoação. Vendiam carne de todas as espécies complementando a criação doméstica que alguns montalvanenses conseguiam ter em capoeiras, até a debicar pelas ruas - galinhas - ou no campo - rebanhos. Até coelhos eram raridade. 

(clicar em cima desta e de quase todas as imagens permite melhor visualização das mesmas)



Alguns - talvez um terço das famílias - conseguiam ter um porco mas este estava reservado para a matança anual, depois de ter o azeite em casa. 



A carne mais procurada era a dos herbívoros de porte médio, como borregos, cabras e chibos que faziam parte das principais vendas dos açougueiros. Não consta que se vendesse carne de vaca, mas sendo rara só ao alcance de poucos podia haver de vez em quando. E só para alguns... Para muitos montalvanenses, estes só souberam o que era carne de vaca quando foram viver para cidades... bem longe de Montalvão.


Na toponímia de Montalvão o açougue (em linguagem grave, matadouro, tal como açougueiro é talho em linguagem grave) está representado nas escadinhas (originalmente com oito degraus) que ligam a rua do Arneiro à Praça (depois de 5 de outubro de 1910, da República).
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Os caçadores e a caça complementavam os açougueiros e os salsicheiros. Por vezes alguns montalvanenses "perdiam a cabeça" e ao cruzarem-se com caçadores com caça à cintura compravam aos "quartis" (25 por cento) de uma lebre, perdiz ou coelho bravo.
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Na Quaresma, entre o Entrudo e a Páscoa não se consumia carne fresca (só enchidos; na Semana Santa nem enchidos), o resto do ano também era pouca a que se comprava, mas numa aldeia, mais em toda a freguesia, com 2 672 habitantes em 1940 e 2 649 no Recenseamento de 1950, havia um gasto suplementar aquando da celebração de festas coletivas ou individuais, de batizados a bodas (casamentos) que eram muito frequentes (40 nascimentos bem sucedidos e 20 casamentos, em média) a cada ano, entre a década de 30 e o início dos Anos 60.

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