PÕE, PÕE, PÕE A GALINHA O OVO.
Em Montalvão quase todas as famílias tinham uma galinha. Uma galinha poedeira. Só, e apenas, uma!
Era uma vez uma galinha montalvanense
Era uma vez uma galinha que tinha nascido de um ovo posto debaixo de uma escada, no vão de uma escada.
Em pouco tempo o pinto se fez galinha e habituou-se a debicar pelas ruas, entre os ponedros e as casas, entre os muros e as pedras encontrando o sustento diário. Algumas vezes apanhava os montalvanenses, distraídos, agarrados a pão com conduto e... toma. Debicava-lhes o pão. Que não se distraíssem na via pública, pois então! Território das galinhas, conquistado por várias gerações, ponedro a ponedro!
Poucas casas na Vila tinham quintais. Nem "um quinto" (20 por cento) por isso não havia onde fazer capoeiras.
As galinhas das vizinhas encontravam-se, trocavam de sítio, logo ao nascer do Sol. Deixavam o poleiro (e um ovo posto) e rumavam à via pública à procura de comida.
Debicavam aqui, ali e acolá. Ao entardecer recolhiam a casa, entrando pelo buraco do fundo das portas. Serventia de gatos e galinhas. Tal como os gatos acertavam sempre em qual casa, nunca havendo enganos de galinhas em casas trocadas.
Dentro de casa iam para o vão da escada, onde tinham o poleiro e dormiam. Até à manhã seguinte. Não serviam para comer, nem para fazer criação de pintos. Serviam para dar à casa um ovo fresco por dia. Todos os dias.
Era uma vez uma galinha montalvanense
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