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20 março 2020

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Os Marceneiros

20 março 2020 0 Comentários
HOUVE DEZENAS DE MARCENEIROS EM SETE SÉCULOS MONTALVANENSES.



No auge demográfico e social de Montalvão no século XX (Anos 40 e 50), houve o Ti Juan Branco na rua da Costa (ao Fundo da Rua), o Ti Bente na rua Direita, o Ti Juan Mercenêre na rua do Outeiro e o Ti Juan Papagai, na rua de Sam João. 



Com os Carpinteiros vocacionados para fazer utensílios para a Lavoura, portas, soalhos e forros dos telhados (sobrecamas), cabia aos Marceneiros tratarem do interior das casas. Eram dois ofícios que se complementavam e muitas das vezes uns - os Marceneiros - ajudavam os outros - os Carpinteiros.  


(clicar em cima desta e de quase todas as imagens permite melhor visualização das mesmas)



Os utensílios e ferramentas dos Marceneiros eram praticamente os mesmos dos utilizados pelos Carpinteiros, mas para acabamentos em mobiliário tinham ferramentas e produtos para dar mais polimento e brilho à madeira.



Escrever acerca dos Marceneiros montalvanenses é descrever o interior e a organização das habitações em Montalvão. Como as casas eram pequenas as mobílias não podiam ser grandes pois ficariam à porta!



A Sala
Dominavam as cadeiras e uma mesa maior podendo haver uma arca com toalhas e outros panos para servir refeições mais concorridas.



Outra Sala (se houvesse dois pisos)
Domínio dos Guarda Loiças com arcas onde se guardavam enxovais e rendas de heranças ancestrais de antepassados que eram estimados.



Quartos de Cama
Pouco de marcenaria. As camas eram de ferro por isso feitas pelos ferreiros mas havia arcas com a roupa de Verão e Inverno que iam-se revezando ao longo do ano. Em Montalvão não há mantas que cheguem de Inverno e até um lençol está a mais no Verão.



Cozinha
Uma mesa pequena e cadeiras empalhadas e bancos que giram entre a mesa e chegar-se ao lume na parede do fundo. Uma Estante para acolher a loiça pronta e lavada para as refeições.



Os Marceneiros faziam e arranjavam o mobiliário mas este durava, durava, por isso Montalvão, a cada geração necessitava de poucos mas bons. E tinha. Com uma variedade de ferramentas que ia passando de geração em geração (clicar)(clicar).



Funerais
O Ti Bente na rua Direita era o Marceneiro dos poucos caixões que se faziam em Montalvão. Não eram muitos os funerais com caixão ou urna. Os mortos geralmente iam em mortalha, feita de linho caseiro, cosida junto à cabeça e aos pés, formando monhos para lhe pegarem, além de ataduras ao meio e às quartas partes para facilitar o transporte, colocar no esquife ou na tumba e tirá-lo para a sepultura. As crianças eram transportadas em «esquifes» existentes na igreja da Misericórdia, havendo um para os recém-nascidos (anjinhos) e outro para crianças até oito anos ou pouco mais, com cerca de 1,20 metros. A «Tumba» era um esquife com uma armação de madeira em forma de arco, para poder receber uma cobertura de pano preto. Estava reservada aos adultos. Os funerais de esquife eram gratuitos e os de tumba (com mortalha) metade do preço dos realizados com urna ou caixão. O ritual dos enterros em Montalvão merecerão um texto, num futuro próximo neste blogue, dedicado a um pesar tão profundo em que se juntava toda a aldeia.



Marceneiros. O ofício que equipava as casas e garantia alguma comodidade aos montalvanenses. Bem hajam.

Próxima "paragem": Os Açougueiros
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