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02 janeiro 2020

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Igreja Matriz e D. Isabel

02 janeiro 2020 0 Comentários
NASCIA-SE QUASE À PORTA, BATIZAVAM-SE, CASAVAM-SE, VELAVA-SE EM CASA MAS PASSAVA-SE POR ELA ANTES DA SEPULTURA. A NOSSA IGREJA MATRIZ ERA A CASA DE TODOS OS MONTALVANENSES.


Contemporânea do crescimento de Montalvão foi D. Isabel de Borgonha, filha de D. João I e de D. Filipa de Lencastre. Alentejana nascida em Évora, a 21 de fevereiro de 1397, era uma das mulheres mais belas, cultas e sensíveis do seu tempo. E era Princesa. A "fama" de ser única permitiu que um dos homens mais poderosos da Europa, o Duque da Borgonha que se considerava ser mesmo mais rico e poderoso que o rei de França enviasse a Portugal, em 1429, o pintor mais conceituado na Europa, Jan van Eyck para pintar o retrato (que se reproduz em cima) interessado em conhecê-la para casar. E assim foi. Depois de conhecer o retrato fez-se o casamento em 10 de janeiro de 1430. Protetora da Arte e dos Artistas, em particular da música e dos músicos, considera-se que foi a sua influência que fez evoluir a Música, do canto gregoriano para a polifonia, introduzindo os instrumentos musicais na sagrada cerimónia da «Missa». Um pequeno passo na Música, um passo gigante para a Humanidade! Com tudo o que surgiu depois.





Talvez que um dia, antes de partir, aos 32 anos para não mais regressar da Borgonha, tenha feito o caminho de Castelo de Vide para Castelo Branco, algo que o seu pai deve ter feito em várias ocasiões. E se a Infanta D. Isabel o fez passou em, ou por, Montalvão.



Se D. Isabel a irmã desconhecida, da Ínclita Geração, como denominou, o príncipe dos poetas, Luís de Camões, os filhos de D. João I e D. Filipa de Lencastre: D. Duarte (seis anos mais velho), D. Pedro, D. Henrique, D. João e D. Fernando (três anos mais novo) fez o caminho entre Castelo de Vide e Castelo Branco, ou vice-versa, provavelmente parou e rezou na Igreja de Montalvão. 



Talvez nunca tenha ocorrido mas há sempre uma possibilidade, ainda que remota, por ser passagem entre a margem norte e sul, pela Barca. As probabilidades de D. Isabel ter estado em Montalvão são ínfimas. Talvez também se tenha ouvido na nossa Igreja, já no século XVI, uma das primeiras obras que foram possíveis de concretizar pelo mecenato que D. Isabel instituiu na Borgonha. 



Depois de uma vida preenchida - uma das mais interessantes existências terrenas em final do século XV - D. Isabel enviuvou, aos 67 anos, retirou-se para um convento, falecendo em Dijon, a 17 de dezembro de 1471, aos 74 anos.




Quem sabe se um dia, algures, entre 1397 e 1429, não passou e rezou em Montalvão, esta alentejana nascida em Évora e que se tornou numa das personalidades mais impressionantes da Idade Média na Europa e uma das primeiras cidadãs do Mundo civilizado.




NOTA: Como é evidente isto é mais um desejo - pensar que a Infanta D. Isabel pode ter rezado ou passado por Montalvão - que estar próximo de ser realidade. Mesmo o seu pai, o Rei D. João I já é quase uma impossibilidade quanto mais a filha! Mas que D. João I esteve em Castelo de Vide e Castelo Branco... esteve, pois Fernão Lopes escreveu-o na Crónica do Rei de Boa Memória. Apesar de ter lido a "Crónica" nos Anos 80, não me lembro de ter lido que viajou de uma localidade para outra - e se tivesse lido a existência dessa viagem o montalvanismo que há dentro de cada natural de Montalvão fazia logo efeito memorizando-o para o resto da vida - mas se o fez passou por Montalvão. Probabilidades de o ter feito? Praticamente nenhumas! E probabilidades da Princesa D. Isabel o ter feito? Ainda menos... Mas sabe-se lá. Talvez um dia alguém entorpece num documento. Fica o sonho e o desejo! Quem quiser vasculhar a «Crónica» pode e deve fazê-lo em (clicar).
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