Repórter TVI

A PROPÓSITO DA EXIBIÇÃO DE UMA REPORTAGEM NO «JORNAL DAS OITO» DO CANAL DE TELEVISÃO TVI.

Exibida em 28 de dezembro de 2021 com filmagens realizadas entre 31 de outubro e 7 de novembro deste ano de 2021.

A reportagem, com cerca de 25 minutos, que pode ser visualizada no final deste texto, vai contactando montalvanenses falando acerca do que sentem e como foi a sua vida - já com muitas décadas -  vivendo na povoação. Reportagem sóbria, diversificada, abordando alguns dos aspectos mais relevantes da vida na nossa «Vila» no século XX e os seus reflexos nestas primeiras décadas do século XIX. Entre as dificuldades do passado e as angústias do presente.

A estação de televisão TVI permitiu que em "horário nobre" fosse exibida uma reportagem realizada pelos melhores que tem para as produzir. O autor é o jornalista Rui Araújo, também escritor, nasceu em 1954, com vasta experiência em reportagens realizadas em vários cenários - situações e de geografia diversificada - consagrado com vários prémios. O operador de imagem (Rui Pereira) é competente, focado no essencial e eficaz. Do melhor que podia haver. 

Foi possível obter algumas informações junto do autor Rui Araújo. Desde já agradeço a pronta colaboração.

1. Como surgiu a ideia de ser realizada uma reportagem em Montalvão?

- A ideia inicial era efetuar uma reportagem sobre o despovoamento e desertificação na Raia (dando especial ênfase aos idosos). Montalvão perdeu 34,5 por cento da população na última década, entre 2011 e 2021.

2. Já tinham ouvido referências a Montalvão ou ido à povoação antes de surgir a ideia de fazer o «Repórter TVI»?

- Não.

3. Com que ideia ficaram do espaço físico onde surgiu e se desenvolveu o povoado?

- Montalvão é uma aldeia situada numa região interessante a vários níveis.

4. Como foi a empatia e relações humanas estabelecidas com os montalvanenses?

- Fomos particularmente bem acolhidos por toda a gente.

5. Quais as singularidades que mais destacam comparando esta reportagem com outros espaços semelhantes onde realizaram reportagens idênticas?

- Não fiz reportagens idênticas. A mais parecida será «Meimão - O Admirável Povo». Fazia sobretudo trabalhos de investigação (crime, fraude fiscal, corrupção, "swissleaks", "panamá papers", etc) e ocasionalmente reportagens de guerra (Timor, Bósnia, Ruanda, Líbia, Síria, República Centro-Africana, etc.). 

6. De onde surgiu e porquê o nome «A Aldeia no Fim do Mundo»?

- É algo que alguns fregueses de Montalvão nos disseram. As comunicações na aldeia são, por outro lado, deficientes - o que aumenta, designadamente, o isolamento a inúmeros níveis. A própria fronteira está mais fechada que aberta... Talvez com a construção da ponte o isolamento diminua. 

O objetivo não era fazer uma reportagem acerca da história e património da «Vila» - uma descrição em filme visualizando a fisionomia e passado de Montalvão, numa espécie de «bilhete turístico» que ilustrasse para quem não conhece como é a estrutura de arruamentos e edifícios de Montalvão - mas mostrar os efeitos da desertificação demográfica na vida diária de quem continua a viver num povoado que já teve quase três mil habitantes tendo estrutura para que tal fosse possível, encontrando-se agora reduzido a escassas três centenas de habitantes para quase mil habitações. Depois a reportagem derivou noutro sentido.

O «Repórter TVI» exibido em 28 de dezembro de 2021 (clicar).

Assim se vai mostrando Montalvão ao Mundo