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08 setembro 2023

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Romaria de Nossa Senhora dos Remédios

08 setembro 2023 0 Comentários
A MAIS SENTIDA HOMENAGEM A MONTALVÃO E AOS SEUS VALORES ESPIRITUAIS.



A devoção dos montalvanenses é a Nossa Senhora dos Remédios («Senhô'Drumédes» em montalvanês) e não à padroeira de Montalvão, Nossa Senhora da Graça. Dedica-se o sentido da vida a uma Nossa Senhora de uma Ermida a mais de quatro quilómetros, para Noroeste, a caminho das «Barreiras do Tejo». Com dois caminhos para lá chegar (na atualidade três com a estrada alcatroada) que não conta para estas "contas". O caminho de baixo, pela "cama", e o de cima, pela "cadeirinha".



Antes das Festas se realizarem na «Corredoura» de onde passaram para o atual, junto à Praça de Touros e antigas eiras na Fonte Cereja, começaram por ser organizadas junto à capela. Os montalvanenses deslocavam-se de véspera pelas trindades pois muitos patrões davam essa tarde de véspera (7 de setembro). 


A Ermida é visível, de vários lugares e telhados de Montalvão, desde que foi construída. Está desde sempre ao alcance da vista dos montalvanenses, ano a ano e a todo e qualquer momento pois fica na encosta (virada para Montalvão) que conduz à Lomba da Barca passagem preferencial entre a Beira Baixa e o Alentejo (e vice-versa) antes da construção da ponte metálica entre Nisa e Vila Velha de Ródão, nas «Portas de Ródão», inaugurada em 1888. A quarta travessia no rio Tejo depois da ferroviária (1862, em Praia do Ribatejo) e as rodoviárias em Abrantes (1870, na estrada nacional n.º 2, entre Chaves e Faro) e Santarém (1881, ligação a Almeirim). Antes só a monumental - para lá da fronteira da Açafa e do rio Salor - ponte romana em pedra, em Alcântara (nome dado pelos muçulmanos, pois Al-cântara significa em árabe, «A Ponte»). 




O baile abrilhantado no adro da Ermida pela Banda de Castelo de Vide ou de Nisa realizava-se no terreiro fronteiro entre o adro e o cruzeiro. No topo oeste, junto dos eucaliptos havia tendas e barraquinhas com "comes e bebes". Depois do arraial uns pernoitavam em torno da capela, outros oravam dentro dela e alguns - os menos foliões - regressavam cedo à povoação.



Pela manhã realizava-se a Missa e depois a procissão que contornava a ermida pela horta que alimentava os ermitões que dela cuidavam passando depois nas suas traseiras pela fonte de boa água que lhe ficava a norte. A seguir passava pelos eucaliptos dirigindo-se para a igrejinha contornando o cruzeiro.



Em 2033 (aquando dos 500 anos da entrega da Ermida a Deus) este blogue contará mais acerca de um dia - 8 de setembro - que correspondia (por haver tanta devoção e significado) ao início do Ano Novo Montalvanense. Prometia-se e desejava-se mais um ano de boa temperança com saúde e alguns trocos no bolso e colchões até daí a 365 ou 366 dias.


Cada profissão ou atividade profissional tinha as suas preces e rituais.


Cada geração vivia o dia 8 de setembro à sua maneira.


No dia de Nossa Senhora dos Remédios todos os montalvanenses eram felizes do mesmo modo e cada um infeliz à sua maneira.



Depois as festas deixaram de se realizar entre o fim de tarde de dia 7 e dia 8 para passarem ao tríptico de 7, 8 e 9. "Dia anterior", "o da Senhô'Drumédes" e "passado o dia" com festa na «Corredoura" da aldeia, para onde passou o coreto improvisado, as barraquinhas, a "quermesse de ofertas para leiloar" e "rifas de papelinhos coloridos enrolados com paixão", o fogo preso e os bailaricos. Primeiro com a Banda de Montalvão e depois modernizando-se com melodias estrangeiras do agrado dos mais novos. O serviço de "comes e bebes" era feito no adro da capela do Espírito Santo e chegava-se a ver alguns espirituosos a dançarem em solitário músicas como esta tocadas pelo conjunto "Diorama":




Se Nossa Senhora de Montalvão tivesse voz seria como esta:



Oito de setembro é o dia dos Romeiros de Nossa Senhora dos Remédios
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