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17 setembro 2023

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Festa de Santa Margarida

17 setembro 2023 0 Comentários
A FESTA DE SANTA MARGARIDA É ASSINALADA NO TERCEIRO DOMINGO DE SETEMBRO.



Era a primeira manifestação religiosa depois da Romagem de Nossa Senhora dos Remédios (8 de setembro). O terceiro domingo de setembro poderá ocorrer entre os dias 15 (como em 2019) até 21 (como em 2014 e 2025). Em 2023 é neste dia 17 e em 2024 (bissexto) será a 15. É difícil perceber quando se assinalava esta data religiosa pois o comparativo é com a aldeia vizinha de Póvoa e Meadas em que a festa era de três dias - tal como a de Nossa Senhora dos Remédios, em Montalvão - pois em Montalvão já não há memória da existência da solenidade deste dia que é assinalado no calendário católico em 20 de julho. 

Depois de tempos de Pandemia (a Covid-19), de 2020 a 2022, regressa a Festa em Honra de Santa Margarida.





O que é certo é que há registo, em 24 de abril de 1758, de uma Igreja para lá do espaço urbanizado de Montalvão. Localiza-se depois da rua da Porta de Baixo, a caminho do rio Sever (clicar). 


No inventário referente a Montalvão, datado de 24 de abril de 1758, há a arrolamento da Igreja de Santa Margarida fora do traçado viário da vila de Montalvão 

Fácil é explicar a importância de Santa Margarida para os cristãos, no Mundo, em Portugal e em Montalvão. A existência de uma mártir sempre impressionou os cristãos. Uma mulher que não renunciou a Cristo mesmo sofrendo humilhações e ter uma morte violenta e dolorosa.



A descrição (arquivada na Torre do Tombo, em Lisboa) que Vigário Frei António Nunes Pestana de Mendonça faz, em 24 de abril de 1758, a pedido do Poder Central, em Lisboa, para avaliar os estragos provocados pelo terramoto em 1 de novembro de 1755 (original e tradução):



«13 - As Ermidas, quem dentro da Villa, hé somente a de Sam Marcos, que tem altar próprio, que tem Irmandade, e nada de renda; tem outro altar de Sam Joaõ Baptista; outro de Santa Maria Madalena, que não tem Irmandade nem renda = Fora da Villa tem Igreja do Espírito Santo, que tem Mordomos, e algumas rendas = Tem mais a Igreja de Sam Pedro, quem Mordomos, e alguma renda = tem mais a Igreja de Santa Margarida, que naõ tem Irmandade, nem renda = tem mais a Igreja de Santo André Appostollo, que também naõ tem renda, nem Irmandade, e somente no seu dia se lhe canta uma missa por conta das rendas, que deixou Frey Pedro Carrilho ao hospital = Tem mais a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, que tem altar próprio, e Irmandade com algumas rendas, e no mesmo altar está Sam Caetano, e Sam Francisco de Paula, tem um altar de Sam Miguel; e outro de Sam Simaõ Appostollo, e nenhum destes tem Irmandade, nem rendas; tem esta Igreja hum Ermitaõ que hé appresentado pelo Parocho, e confirmado pela Mesa da Consciência = Tem mais no Monte da Salavessa outra Igreja com um só altar de Sam Gregório e Sam Jacinto e tem capelaõ e a quem pagaõ os moradores daquele Monte; e as rendas, que tem as gastam com o adorno da Igreja; e os Santos della = Tem mais outra Igreja com hum só altar a que chamam Santo António da Giesteira, naõ tem renda alguma, nem Irmandade; = Tem mais outra Igreja de Sam Silvestre com um só altar, naõ tem renda alguma; e todas estas Igrejas estaõ sujeitas à Matriz desta Villa.» 


Descrição da povoação e do seu termo (Montalvão: componentes, características e atividades, da vila até aos limites do concelho). Documento original, datado de 24 de abril de 1758, na Torre do Tombo, em Lisboa

A localização atual das Capelas e Igrejas dentro da aldeia ou na proximidade, por isso excluindo a Igreja de São Gregório e Santo António da Giesteira (Salavessa) e as Ermidas de Nossa Senhora dos Remédios (a Noroeste) e do São Silvestre (a Sul). 

A existência de duas capelas paralelas no Arrabalde, tendo a Oeste a de São João e a Leste a de São Marcos é ambígua. Desta há notícias vagas da sua existência embora seja citada em 1758. Da Capela de São João há memória real da sua existência mas não é citada em 1758, a não ser integrando como altar a Capela de São Marcos. Provavelmente a de São Marcos, entre 1758 e meados do século XX foi alterada para São João acabando por dar o nome ao troço mais a sul do Arrabalde. A Ermida de Santo António não devia existir, em 1758, pois Santo António da Giesteira fica junto à povoação da Salavessa mas há memória dela nos Anos 40 do século XX. Até o facto rocambolesco da imagem do Santo ser encontrado no meio do feno!

O desenvolvimento, provável, do traçado da aldeia que foi integrando Capelas que ficavam fora do traçado viário.



A Ermida retangular (quase quadrangular) com altar e três pequenos nichos como capelinhas num estado de degradação inqualificável. A apropriação privada de infraestruturas públicas não justifica parte alguma quanto mais o todo. Sensibilidade e bom senso fazem parte das regras da civilização e urbanidade.



O que não se percebe é o motivo pelo qual com tanto espaço para substituir duas árvores se deixam crescer dois sobreiros (que nunca terão grande desenvolvimento pois estão à sombra de um "verdadeiro"), um sobreirinho com ramagens para o interior da Ermida e um chaparrinho na empena Norte de modo a corroer as suas estruturas e reduzi-la a um monte de pedras para um dia se dizer «Aqui ficava a Ermida de Santa Margarida» quando se podia conservar uma estrutura que pode ter mais de 500 anos, com sucessivas obras de melhoramento que pararam há um século ou século-e-meio.




A mártir Santa Margarida merecia mais...


A mártir Santa Margarida merecia muito mais... já não havendo resta evocar a imagem de Santa Maria Madalena, padroeira dos Templários, na Igreja Matriz de Montalvão. 



Eis Montalvão cuja origem remonta ao mais puro rito do Cristianismo Templário. As atividades humanas decorriam pontuadas pelas cerimónias do Divino


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