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18 julho 2020

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Os Padres

18 julho 2020 0 Comentários
HOUVE DEZENAS DE PADRES EM SETE SÉCULOS MONTALVANENSES.



Num povoado com origem nos Templários o fator religioso sobrepôs-se durante centenas de anos às atividades seculares. 




Um dos sacerdotes que marcou o século XX foi o padre Virgílio (Virgílio Diniz Oliveira). Foi ele o último grande orador e pregador da povoação, embora não fosse o último pároco e muito menos o último a residir em Montalvão que tem casa paroquial. 


Casa Paroquial: amplo edifício com excelente quintal na rua da Barca

(clicar em cima desta e de quase todas as imagens permite melhor visualização das mesmas)



O Padre Virgílio pregou a primeira missa - havia pelo menos duas celebrações por dia (uma de manhã e outra pela tarde) em 20 de fevereiro de 1898. Apesar de chegar a Montalvão no final do século XIX foi o "Padre do Século XX Montalvanense" afastando-se do sacerdócio, por velhice, no início dos Anos 30.




A sua principal atividade era assegurar as eucaristias e todo o serviço de que estava incumbido um sacerdote até ao século XX, num povoado com tantos habitantes como Montalvão. 


O Padre Virgílio celebrou o primeiro casamento e batizado em 21 de fevereiro de 1898 e registou o primeiro óbito, estreando-se no «sacramento da extrema-unção», em 5 de março de 1898. 


"Adro" na escadaria da Igreja Matriz antes das obras de 1968/1969 que desfiguraram o traçado com dezenas (ou mais...) de anos

Além da sua principal atividade eclesiástica ainda ensinou muitos montalvanenses a ler, escrever e contar. 


Edifício de habitação do Padre Virgílio, na rua do Outeiro

Tinha um prestígio insuperável no povoado, dando exemplo de ética e moral acima de qualquer dúvida ou equívoco. 


Interior da Igreja Matriz - com soalho/madeira e púlpito - antes das obras de 1968/1969 que desfiguraram o traçado com dezenas (ou mais...) de anos
Reprodução de uma gravura, a aguarela, do pintor portalegrense João Tavares, datada de 1944. João Augusto Silveira Tavares nasceu em Portalegre a 22 de Setembro de 1908, falecendo na mesma cidade, em 20 de Novembro de 1984, aos 76 anos e dois meses. Foi professor de desenho no Liceu de Portalegre, além de pintor a óleo e aguarela, com tapeçarias elaboradas com base nos seus trabalhos

Foi uma figura superlativa e ao qual os montalvanenses procuravam apoio e aconselhamento, mesmo tendo aperfilhado uma criança, que seria em adulto, o lojista António d'Oliveira Falcão.  



Outros padres se seguiram, alguns a residir em Montalvão (por exemplo, o Padre José António dos Santos) outros vindos de fora da "Vila", quase sempre de Nisa. 


Da esquerda para a direita: Ti Chico (barbeiro), Ti Joaquim Branco (carpinteiro), Padre José dos Santos e Joaquim da Tróia (lojista)

Todos foram dando o seu contributo numa povoação onde as atividades diárias eram pontuadas pelo Sagrado. Com a desertificação demográfica tudo terminou. 

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