Habilidoso como era norma nos artesãos de Montalvão faltava-lhe a matéria-prima (barro de grande qualidade numa terra de xisto e grauvaques, saibro/cancho de xisto argiloso que era mole ou «saibre, em montalvanês» e ponedros/cascalhos) para poder ter mais atividade. Lá para a Charneca, nas vizinhanças da Salavessa, havia barro para telhas de cano, tijolo de adobe, tijolo maciço e ainda algum... para o esmerado trabalho do Ti Louceiro. Além disso o empedrado de Nisa era "concorrência desleal" embora o Ti Louceiro também fizesse louça empedrada com o cascalho branco (esmigalhado a martelo), do melhor que havia lá para o «Monte do Pombo».
(clicar em cima desta e de quase todas as imagens permite melhor visualização das mesmas)
O Ti Louceiro passava o dia a fazer essencialmente potes (cântaros sem asas) de todos os tamanhos, bem como vasos, talhas de muitos tamanhos e feitios, cantarinhas e alguidares de amassar (mas para onde também se cortava a carne de porco nas matanças). Casado mas sem descendentes e com Montalvão envelhecido e a encurtar habitantes coube-lhe ser o último louceiro de uma povoação que, certamente, os teve séculos-a-fio.
As talhas de Montalvão também eram "vasilhame para tudo e mais alguma coisa", desde azeitonas a salgadeira para o toucinho, conservavam muito e bem todo o ano.
Um louceiro montalvanense tinha sempre que fazer.
Mas... "gatar" louça que já não ia para nova, antes pelo contrário, estava reservado aos «bufarinheiros" que escalavam Montalvão de vez em quando.
O forno do Ti Louceiro ficava num palheiro lá para a azinhaga a caminho do «Monte do Santo André».
Era aí que terminava a obra que tinha começado num amontoado de barro avermelhado disforme e haveria de alindar parte da vida dos montalvanenses.
O Ti Louceiro passava o dia a fazer essencialmente potes (cântaros sem asas) de todos os tamanhos, bem como vasos, talhas de muitos tamanhos e feitios, cantarinhas e alguidares de amassar (mas para onde também se cortava a carne de porco nas matanças). Casado mas sem descendentes e com Montalvão envelhecido e a encurtar habitantes coube-lhe ser o último louceiro de uma povoação que, certamente, os teve séculos-a-fio.
As talhas de Montalvão também eram "vasilhame para tudo e mais alguma coisa", desde azeitonas a salgadeira para o toucinho, conservavam muito e bem todo o ano.
Um louceiro montalvanense tinha sempre que fazer.
Mas... "gatar" louça que já não ia para nova, antes pelo contrário, estava reservado aos «bufarinheiros" que escalavam Montalvão de vez em quando.
O forno do Ti Louceiro ficava num palheiro lá para a azinhaga a caminho do «Monte do Santo André».
Era aí que terminava a obra que tinha começado num amontoado de barro avermelhado disforme e haveria de alindar parte da vida dos montalvanenses.
A maior quantidade e variedade da louça "mais fina" era comprada numa das quatro Feiras Anuais de Nisa...
... ou ao Ti Alentejano lá do Redondo que chegava à «Vila» com um burro carregado de cântaros, porrões, barris, asados e outra louça "mais fina" mas partia mais leve. O burro que ele levava ia mais aliviado e ele com mais uns trocos nos bolsos. E convinha não partir loiça, só partir para a Salavessa ou Póvoa e Meadas.
Há a particularidade do porrão só o ser antes ou depois da rua de São João, Corredoura ou da rua do Ferro. Interior montalvanense. Antes ou depois destas passavam a chamar-se piporros.
A louça era fundamental para o dia-a-dia. Todo o ano.
Fosse amassar o pão.
Fosse fazer a comida.
Fosse ir buscar água à cabeça.
Fosse ir buscar água nas «angarelas».
Fosse ter água.
Fosse o que fosse.
Até para embelezar o lar.
Próxima "paragem": Os Latoeiros
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