Limites (a vermelho) da freguesia de Montalvão depois do Tratado de Alcanizes (12 de Setembro de 1297)
Mote
D. Diniz inocente ou negligente ignorou Montalvão
Em Alcanizes pelo ano de 1297 trocou os confins leste da freguesia
Pelas terras de Riba Côa revelando-se sem coração
Daí resultou a silhueta actual no terreno com essa fisionomia
I
Montalvão não era fronteira com Castela até ao Tratado de Alcanizes (1297). A fronteira não era o leito do rio Sever mas o do rio Salor. Próximo, na atalaia do Esparregal (perto da actual Santiago de Alcântara) estava o Castelo Templário que defendia a fronteira do Mundo Cristão face às investidas dos muçulmanos.
II
Com o Tratado de Alcanizes El-Rei D.Dinis confiando na geoestratégica Ibérica em que os vários reinos cristãos estabeleciam acordos de protecção e defesa entre eles decidiu trocar riqueza a Norte (terras de Riba Côa) por segurança a Sul (Terras a Leste de Montalvão) e Olivença.
III
Por Riba Côa, Montalvão deixou de ficar no interior de Portugal para ser fronteira entre Portugal e Castela e depois entre Portugal e Espanha.
IV
Os Castelhanos ficaram mais próximos (quase 50 quilómetros) da capital do Reino de Portugal, em Lisboa. Capital desde 1255 por decisão (não escrita e documentada) por D. Afonso III, pai de D. Dinis.
I
Montalvão não era fronteira com Castela até ao Tratado de Alcanizes (1297). A fronteira não era o leito do rio Sever mas o do rio Salor. Próximo, na atalaia do Esparregal (perto da actual Santiago de Alcântara) estava o Castelo Templário que defendia a fronteira do Mundo Cristão face às investidas dos muçulmanos.
II
Com o Tratado de Alcanizes El-Rei D.Dinis confiando na geoestratégica Ibérica em que os vários reinos cristãos estabeleciam acordos de protecção e defesa entre eles decidiu trocar riqueza a Norte (terras de Riba Côa) por segurança a Sul (Terras a Leste de Montalvão) e Olivença.
A vermelho terras a Sul do Tejo cedidas a Castela (depois Espanha) em troca das Terras de Riba Côa (a azul) entre outras trocas de Norte a Sul
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III
Por Riba Côa, Montalvão deixou de ficar no interior de Portugal para ser fronteira entre Portugal e Castela e depois entre Portugal e Espanha.
História de Portugal; Volume I; Página 212; Marques, A. H. de Oliveira Marques; Palas Editores; Lisboa; 1.ª edição; Março de 1972 |
IV
Os Castelhanos ficaram mais próximos (quase 50 quilómetros) da capital do Reino de Portugal, em Lisboa. Capital desde 1255 por decisão (não escrita e documentada) por D. Afonso III, pai de D. Dinis.
V
Tratado de Alcanizes esse rol de trocas que permitiu alterar Montalvão de sítio (passar a ser fronteira) sem mudar de local.
IV
Depois da Batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385) D. Nuno Álvares Pereira viu-se obrigado a fazer uma linha fronteiriça de fortalezas/castelos para proteger esse ponto fraco de acesso à capital do Reino. Montalvão foi sítio estratégico.
Continua num dia destes...
Tratado de Alcanizes esse rol de trocas que permitiu alterar Montalvão de sítio (passar a ser fronteira) sem mudar de local.
IV
Depois da Batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385) D. Nuno Álvares Pereira viu-se obrigado a fazer uma linha fronteiriça de fortalezas/castelos para proteger esse ponto fraco de acesso à capital do Reino. Montalvão foi sítio estratégico.
Continua num dia destes...
Há uma ideia que a demarcação de fronteiras de Portugal é a mais antiga da Europa. Na minha ignorância e para lá da situação de Olivença, pensava que essa delimitação tinha ficado estabelecida no reinado de D. Afonso III, antecessor régio de D. Dinis. Mas claro, Alcanizes teve essa implicação.
ResponderEliminarSabia que o tratado de Alcanizes tinha sido relevante para a demarcação das fronteiras mas não conhecia este nível de detalhe.
Dom Dinis é um dos monarcas que melhor imagem deixou nos manuais da História. Tinha fama de ser um rei culto, justo e inteligente. Essa imagem ficou reforçada pelo simplismo dos cognomes foi "Lavrador" (plantador do Pinhal de Leiria) e "Poeta" (fundou a primeira Universidade do país, terá escrito poemas em Galaico-português e decretado que o Português passasse a língua oficial) mas num reinado tão longo teve muitos momentos de sombra. Terá sido por vezes cruel e no final do reinado ladeado pela alta nobreza esteve em conflito aberto com o seu filho e sucessor, o futuro Dom Afonso IV, apoiado pela burguesia emergente.
Como se lê pela prosa excelentemente ilustrada pelo Alberto, percebe-se que a sua acção, negligente ou não, colocou Montalvão numa situação de fronteira que - presumo - terá tido ao longo dos séculos subsequentes, consequências turbulentas para os seus habitantes. É impressionante a extensão de terreno cedida aos Espanhois na zona onde se situa Montalvão.
Na wikipedia diz-se que: "Três territórios foram perdidos por Portugal ou encontram-se pendentes de delimitação: São Félix dos Galegos (actual San Felices de los Gallegos), Ermesende (atual Hermisende) e Olivença (incluindo o actual município de Táliga). Olivença e Táliga actualmente estão administradas pela Espanha mas Portugal ainda mantém uma reclamação sobre a soberania dessas duas vilas." Fala-se mais de Olivença mas afinal existe outra... Táliga, antiga freguesia de Olivença, hoje munícipio apartado.
Muito interessante. Fico à espera de mais.