Assim que um asno ou muar carregado de farrejo* entrava numa das ruas de Montalvão caiam-lhe em cima as catchópas e catchôpos que avistavam o farrejo carregado pelo animal para puxar os caules. O animal por vezes arreava ao chão tal o corrupio.
Dos caules, tiravam-se as folhas e cortavam-se secções entre dois nós, fazendo um rasgo lateral com a unha. Depois numa das pontas - a que já não tinha o nó - assoprava-se para que assobiasse. Era a vibração do rasgo no caule que fazia o som pois o nó no outro extremo impedia o ar de sair. Uma algazarra em chinfrineira orquestrada pelas ruas montalvanenses.
Eis o que era uma «pipa» montalvanense.
* Farrejo - cultura arvense (cereal) ceifada ainda verde para alimentar animais herbívoros.
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