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25 outubro 2019

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Montalvão 1950

25 outubro 2019 0 Comentários
O APOGEU DEMOGRÁFICO DE MONTALVÃO OCORREU EM MEADOS DOS ANOS 40 DO SÉCULO XX.


Registo do cadastro rústico na freguesia de Montalvão, cartografado, entre meados da década de 50 e início dos Anos 60

Como não há registos demográficos anuais é necessário recorrer ao Recenseamento Geral da População mais próximo desse auge em número de habitantes, o de 1950 com
2 649 pessoas (menos 23) que há dez anos, no Censo de 1940 (com 2 672 habitantes), mas ainda com reflexos na povoação desse apogeu que deve ter sido conseguido por volta de 1945 a 1947. 
O Recenseamento Geral de 1950 permite obter informação interessante, arquivada no Instituto Nacional de Estatística (os inquéritos por família e individuais realizados em 15 de dezembro de 1950) e nunca publicados ao nível de freguesia, pois a informação detalhada que está publicada só "desce" até ao nível concelhio.


(clicar em cima da imagem para obter melhor visualização)


Legenda: HM/MH - Homens e mulheres; H - Homens; M - Mulheres

Em Montalvão, o Censo de 1950 regista, no aglomerado populacional, sede da freguesia, 1 917 montalvanenses residentes e 483 edifícios construídos com 474 habitados e destes 41 partilhados, ou seja, o mesmo edifício habitado estava dividido - fisicamente, havendo portas separadas para serventia casa/rua - por duas famílias além de cinco (registadas e publicadas) convivências, ou seja, cinco famílias que se encontravam a viver em conjunto, neste caso pais e filhos (ambos casados) habitando o mesmo "fogo".


Sem ter certeza absoluta (só vendo o registo predial) este parece ser um exemplo - em 1950 havia 41 situações destas em 474 edifícios - de uma prática que o sistema de partilhas teve consequências: o mesmo prédio/edifício dividido por duas famílias (metade/metade: neste caso, cada uma com uma porta e uma janela) 

Com os inquéritos é possível saber o número de edifícios habitados em permanência ou habitados mas tendo a família ausente aquando do momento do Censo) por rua tendo em conta a serventia principal pois há edifícios com serventia (portas) para duas ruas. Também foram registados os edifícios de utilização coletiva, essencialmente Igrejas e Capelas, mas também a «Casa do Povo», o «Clube Montalvanense», os «Correios», a «Cabine», o «Lagar de Azeite», os «Fornos», etecetra, mas esses não se enumeram. Apenas os 474 habitados no momento do Censo ou habitados mas de momento (15 de dezembro de 1950) não ocupados. Não inclui o Monte do Santo André nem o Sítio do Bernardino («Burnáldino» em montalvanês). Por rua:

136 - Rua Direita (com rua do Outeiro, rua do Cabo e a travessa da Porta de Cima);

  83 - Rua de São Pedro (inclui duas "ruínhas" e a travessa do Bruzuneiro);

  44 - Rua da Corredoura (inclui a casa do senhor Zé Godinho; não inclui o «Lagar de Azeite», nem a Capela do Espírito Santo e de Santo António);

  42 - Rua da Barca;

  35 - Rua da Costa;

  32 - Rua do Arneiro (inclui Escadinhas do Açougue);

  25 - Rua de Ferro;

  23 - (Rua do) Arrabalde

  14 - Rua da Porta de Baixo;

  13 - Rua de São João (a sul do entroncamento entre o Arrabalde, a rua do Arneiro e a rua da Porta de Baixo);

   7 - Rua das Almas (não inclui o antigo lagar transformado em carpintaria);

   6 - Praça (da República); 

   5 - (Rua das) Traseiras (inclui rua da Cabine);

   4 - Travessa da Praça (não inclui a entrada para o antigo "Hospital da Misericórdia");

   3 - (Rua do) Adro;

   2 - Largo da Igreja (Matriz)

NOTA: Há topónimos atualmente mal atribuídos a merecerem textos neste blogue. Por exemplo: 
1. Rua do Hospital (e não «Travessa da Praça»);
2. Rua do Ferro (e não «Rua de Ferro»);
3. Rua da Igreja (e não «Largo da Igreja» e «Rua do Adro»);
4. Largo da Corredoura ou Corredoura/Calvário (e não «Rua da Corredoura»);
5. Rua das Portas de Cima ou Portas de Cima (e não «Travessa das Portas de Cima»);
6. Azinhaga de São Pedro (e não «Travessa do Bruzuneiro»).


Montalvão em 25 de junho de 1955

Outra informação que consta da recolha desse Censo de 1950 são as profissões, com destaque para os ofícios que vão merecer destaque neste blogue durante os próximos meses. Com um número próximo dos dois mil habitantes (quase três mil em toda a vasta extensão territorial da freguesia) a povoação permitia a sobrevivência de quase dez por cento dos montalvanenses com atividades remuneradas sem estarem ligados ao setor agrícola. São 23 ofícios, alguns "enquadrados à força" na lista das profissões definidas para o IX Recenseamento Geral da População como consta na lista em anexo. 


    
Contar a História e estórias relacionadas com os ofícios estabelecidos dentro da rede viária montalvanense é do mais interessante e entusiasmante que existe
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