Foi mais uma primeira tourada que a inauguração pois em 7 de Setembro de 1933 ainda não estava concluída.
Numa localidade com tradição ancestral de tourear animais na Praça Central da localidade havia necessidade de dotar essa tradição de modernidade, principalmente em segurança e conforto. A «Praça Nova» foi erguida com a boa vontade, esforço e dedicação de quase todos - talvez mesmo todos - os montalvanenses que viviam na freguesia até alguns a viver em freguesias vizinhas.
A Epopeia começou em 1933 com a preocupação de ter os dois muros - exterior e interior - pontos para as Festas de Setembro desse ano. O muro interior circular para proteger espetadores e afoitos dos touros e o muro exterior circular, com os portões de ferro para os curros de gado e entrada de cavaleiros - permitindo cobrar bilhetes - com o espaço rectangular para acondicionar o gado e permitir o embolamento dos chifres. Entre estas duas circunferências em adobe as bancadas de madeira.
Depois, entre 1933 e as Festas de 1934, foi possível terminar a «Praça de Touros» com a construção das bancadas em pedra para acomodar os espetadores. Uma Praça simples com dois tipos de bilhetes: Sol e Sombra, visto as corridas serem realizadas sempre de dia e na Primavera mas essencialmente no Verão, aquando das Festas. Geralmente nos dias 7 e 9 pois o dia 8 estava reservado para as cerimónias religiosas na Ermida de Nossa Senhora dos Remédios a cerca de cinco quilómetros, a Noroeste, da localidade.
A primeira fase (maio a setembro de 1933) de construção da «Praça Nova» foi suportada, por muito trabalho voluntário e ofertas várias, mas conseguiu-se financiamento com três touradas, em 7 (quinta-feira), 9 (sábado) e 10 (domingo). As receitas totalizaram 5 231$50 para 228$65 de despesas com a organização das três touradas. Uma receita líquida apurada em 5 002$85 permitiu pagar o que estava feito, perceber que a construção era um sucesso e deixar 271$85 de receita para a segunda fase da construção a realizar-se até às «Festas de 1934». A terceira corrida foi muito prejudicada por se ter abatido sobre a freguesia uma trovoada que obrigou a idas ao campo para cuidar dos animais e acondicionar colheitas e palha!
A segunda fase (até setembro de 1934) de construção da «Praça Nova» foi suportada pela organização de quatro touradas, duas na Primavera (já Verão!) e outras duas em setembro. Houve ainda trabalho voluntário e nunca se pode esquecer que o gado era cedido pelos Lavradores montalvanenses («os ricos» em montalvanês), muito diferente dos encargos quando o gado passou a ser alugado fora de Montalvão. Faziam furor no dia-a-dia o touro do pai do senhor Zé Morujo uma vida com um pau a tolher-lhe o passo e a corrida para não causar danos. Quando ia à praça o touro do senhor Olivier («Leviér Rico» em montalvanês) geralmente vindo de perto, da Tapada da Galiana, junto à Fonte Cereja, a arena ficava deserta passeando-se nela apenas o seu tratador que o vira nascer, crescer e desenvolver. E lhe conhecia "as manhas".
As "corridas" de 20 de maio (domingo) e 29 de junho (sexta-feira; dia de São Pedro) permitiram concluir a infraestrutura com bancadas de pedra lageadas, devidamente caiadas, dando-lhe a fisionomia que ainda tem na actualidade com o branco da cal a contrastar com o cinzento-azulado do xisto. Uma praça bem bonita, a nossa. Depois nas «Festas da Senhora» houve touradas a uma sexta-feira (7 de setembro) e a um domingo (9 de setembro) reservando-se o sábado para as cerimónias religiosas em honra de Nossa Senhora dos Remédios.
As touradas de 1934 tiveram a abrilhantá-las as bandas musicais de Nisa (20 de maio) e da Póvoa e Meadas (29 de junho). Este dia 7 de setembro também assinala mais uma efeméride, esta referente a 1947, ou seja, há 72 anos, pelas nove da manhã, estreou-se a Banda de Montalvão que depois seria a principal animadora das Festas, entre elas, as touradas.
O segredo não está na "coragem". Está nas sapatilhas "Sanjo" que dão "corda às pernas para que te quero"!
Na «Praça Nova» já se devem ter realizado, entre 1933 e 2022, em 89 anos umas quatro centenas de touradas!
A Epopeia começou em 1933 com a preocupação de ter os dois muros - exterior e interior - pontos para as Festas de Setembro desse ano. O muro interior circular para proteger espetadores e afoitos dos touros e o muro exterior circular, com os portões de ferro para os curros de gado e entrada de cavaleiros - permitindo cobrar bilhetes - com o espaço rectangular para acondicionar o gado e permitir o embolamento dos chifres. Entre estas duas circunferências em adobe as bancadas de madeira.
Depois, entre 1933 e as Festas de 1934, foi possível terminar a «Praça de Touros» com a construção das bancadas em pedra para acomodar os espetadores. Uma Praça simples com dois tipos de bilhetes: Sol e Sombra, visto as corridas serem realizadas sempre de dia e na Primavera mas essencialmente no Verão, aquando das Festas. Geralmente nos dias 7 e 9 pois o dia 8 estava reservado para as cerimónias religiosas na Ermida de Nossa Senhora dos Remédios a cerca de cinco quilómetros, a Noroeste, da localidade.
A primeira fase (maio a setembro de 1933) de construção da «Praça Nova» foi suportada, por muito trabalho voluntário e ofertas várias, mas conseguiu-se financiamento com três touradas, em 7 (quinta-feira), 9 (sábado) e 10 (domingo). As receitas totalizaram 5 231$50 para 228$65 de despesas com a organização das três touradas. Uma receita líquida apurada em 5 002$85 permitiu pagar o que estava feito, perceber que a construção era um sucesso e deixar 271$85 de receita para a segunda fase da construção a realizar-se até às «Festas de 1934». A terceira corrida foi muito prejudicada por se ter abatido sobre a freguesia uma trovoada que obrigou a idas ao campo para cuidar dos animais e acondicionar colheitas e palha!
A segunda fase (até setembro de 1934) de construção da «Praça Nova» foi suportada pela organização de quatro touradas, duas na Primavera (já Verão!) e outras duas em setembro. Houve ainda trabalho voluntário e nunca se pode esquecer que o gado era cedido pelos Lavradores montalvanenses («os ricos» em montalvanês), muito diferente dos encargos quando o gado passou a ser alugado fora de Montalvão. Faziam furor no dia-a-dia o touro do pai do senhor Zé Morujo uma vida com um pau a tolher-lhe o passo e a corrida para não causar danos. Quando ia à praça o touro do senhor Olivier («Leviér Rico» em montalvanês) geralmente vindo de perto, da Tapada da Galiana, junto à Fonte Cereja, a arena ficava deserta passeando-se nela apenas o seu tratador que o vira nascer, crescer e desenvolver. E lhe conhecia "as manhas".
As "corridas" de 20 de maio (domingo) e 29 de junho (sexta-feira; dia de São Pedro) permitiram concluir a infraestrutura com bancadas de pedra lageadas, devidamente caiadas, dando-lhe a fisionomia que ainda tem na actualidade com o branco da cal a contrastar com o cinzento-azulado do xisto. Uma praça bem bonita, a nossa. Depois nas «Festas da Senhora» houve touradas a uma sexta-feira (7 de setembro) e a um domingo (9 de setembro) reservando-se o sábado para as cerimónias religiosas em honra de Nossa Senhora dos Remédios.
Estreia pública da Banda de Montalvão, em 7 de setembro de 1947, há 72 anos |
O segredo não está na "coragem". Está nas sapatilhas "Sanjo" que dão "corda às pernas para que te quero"!
Na «Praça Nova» já se devem ter realizado, entre 1933 e 2022, em 89 anos umas quatro centenas de touradas!
Em 2024 estão previstas mais duas, a 7 (sábado) e 8 (domingo) deste setembro, ou seja, as deste ano assinalam o 91.ª aniversário.
0 comentários blogger
Enviar um comentário