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11 janeiro 2019

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O Meu Alentejo

11 janeiro 2019 0 Comentários
COMEÇA E ACABA EM MONTALVÃO. A FREGUESIA DE MONTALVÃO É O TERRITÓRIO MAIS A NORTE DO ALTO ALENTEJO.


Começa para quem vem do Norte. Acaba para quem vem do Sul. Eis o Além Tejo.



Terra Quente tanto que nos faz suar
Terra Bendita que queremos ouvir soar
Terra Fria que nos faz enregelar
Terra Linda que é o nosso lar



Alem Tejo que vai do Alto
Sobreiros, canchos e ponedros
Alem Tejo que também é Baixo
Xaras, tapadas e cedros


Alentejanos de uma figa
Luís Piçarra em Moura é tenor
Alentejanos gente amiga
Por onde andas sempre à procura de amor 




Canção para o Alentejo

Alentejo, Alentejo,
Vastidão de Portugal
Futuro, continental!
Terra lavrada, que vejo
A ser mar mas sem ter sal.

Ondas de trigo maduro
Onde mais ninguém se afoga:
Danças alegres da roga
Que vindima no meu Doiro
E vem colher o pão loiro
Da inteira fraternidade
Que falta a esta metade
De coração largo e moiro...




Insónia Alentejana

Pátria pequena, deixa-me dormir,
Um momento que seja,
No teu leito maior, térrea planura
Onde cabe o meu corpo e o meu tormento.
Nesta larga brancura
De restolhos, de cal e solidão,
E ao lado do sereno sofrimento
Dum sobreiro a sangrar,
Pode, talvez, um pobre coração
Bater e ao mesmo tempo descansar...




Alentejo

Terra parida,
Num parto repousado,
Por não sei que matrona natureza
De ventre desmedido,
Olho, pasmado,
A tua imensidade.
Um corpo nu, em lume ou regelado,
Que tem o rosto da serenidade.




Alentejo (2)

A lua que te ilumina,
Terra da cor dos olhos de quem olha!
A paz que se adivinha
Na tua solidão
Que nenhuma mesquinha
Condição
Pode compreender e povoar!
O mistério da tua imensidão
Onde o tempo caminha
Sem chegar!...





Soluço à vista de Olivença

Alentejo!
Minha terra total!
Meu Portugal
Aberto,
Eternamente incerto
Nas fronteiras, no tempo e nas colheitas!
Minhas desfeitas
Praças fortificadas!
Minhas insatisfeitas
Correrias,
A contar no franzido das lavradas
As rugas tatuadas
No rosto dos meus dias...




Em memória do autor destas cinco pérolas, o poeta Miguel Torga

Obrigado ao fotógrafo amigo sacavenense, Eduardo Gageiro

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