Presidenciais 1986

NAS ÚNICAS ELEIÇÕES COM SEGUNDA VOLTA MONTALVÃO VOTOU MAIORITARIAMENTE EM SALGADO ZENHA E DEPOIS EM MÁRIO SOARES.

Em 26 de janeiro de 1986, o candidato mais votado foi Salgado Zenha, com 375 votos, correspondendo a 52,82 por cento dos 710 votos válidos em 725 votantes. Os votos nulos (13) e brancos (2), quinze em 1986 - não são contabilizados nas percentagens totais nas eleições para a Presidência da República. Freitas do Amaral com menos 156 votos (30,85 por cento) foi votado por 219 eleitores. Seguiu-se Mário Soares com 91 votos (12,82 por cento) tendo menos 284 votos que o candidato mais votado. Lourdes Pintassilgo obteve 3, 52 por cento (25 votos). No boletim de voto constava Ângelo Veloso que desistiu. Nove dos 13 votos nulos foram eleitores que o escolheram. Em Montalvão, o candidato mais votado teve maioria absoluta mas no País tal não ocorreu.

Os candidatos tiveram origem partidária, exceto Maria de Lourdes Pintassilgo. Salgado Zenha apesar de militante do Partido Socialista (PS), com um passado como deputado e ministro indicado pelo PS foi apoiado pelo Partido Renovador Democrático (PRD) e pelo Presidente da República, em exercício, Ramalho Eanes. Teve durante a campanha eleitoral apoio dos partidos que suportavam o candidato Ângelo Veloso quando este desistiu. Ângelo Veloso, candidato do PCP (Partido Comunista Português) e MDP/CDE (Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral) fez a campanha eleitoral entre 11 e 22 de janeiro, desistindo oficialmente em 23 de janeiro, declarando-se apoiante de Salgado Zenha. Lourdes Pintassilgo, primeira-ministra de Portugal, entre 1979 e 1980, foi apoiada pela UDP (União Democrática Popular). Freitas do Amaral foi apoiado pelo PSD (Partido Social Democrata), pelo CDS (Centro Democrático Social) e pelo PDC (Partido da Democracia Cristã). Mário Soares foi apoiado pelo Partido Socialista (PS).

Freitas do Amaral foi o candidato mais votado com 46,31 por cento dos votos (2 629 597 votos). Mário Soares obteve menos 1 185 914 votos com 25,43 por cento, num total de 1 443 683 votantes. Como não houve maioria absoluta estes dois candidatos tiveram que concorrer numa segunda volta. Salgado Zenha obteve 20,88 por cento (1 185 867 votos) ou seja, menos 257 816 votos que Mário Soares, a margem de votação que o afastou da segunda volta. Lourdes Pintassilgo obteve 418 961 votos (7,38 por cento).

A segunda volta realizou-se, em 16 de fevereiro de 1986. 

Em Montalvão, o candidato mais votado foi Mário Soares, com 461 votos, correspondendo a 64,37 por cento dos 714 votos válidos em 730 votantes. Os votos nulos (10) e brancos (6), 16 nesta segunda volta, em 1986 - não são contabilizados nas percentagens totais nas eleições para a Presidência da República. Freitas do Amaral com menos 208 votos (35,43 por cento) foi votado por 253 eleitores.

Em Montalvão, comparando as duas voltas, em 1986 (26 de janeiro e 16 de fevereiro) houve um acréscimo de cinco votantes, mas apenas mais quatro votos validamente expressos (de 710 para 714) pois houve mais um voto inválido (de 15 para 16: votos em branco, de 2 para 6; e votos nulos, de 13 para 10). Mário Soares teve mais 370 votos (de 91 para 461 votantes) e Freitas do Amaral teve mais 34 votos (de 219 para 253). 

O Presidente da República Mário Soares foi eleito com 51,18 por cento dos votos (3 010 756 votos). Freitas do Amaral obteve menos 138 692 votos com 48,82 por cento, num total de 2 872 064 votantes. Este que foi o candidato mais votado na primeira volta obteve mais 242 467 votantes na segunda volta (de 2 629 597 para 2 872 064 votos).

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