COM A ADESÃO DE PORTUGAL À CEE (COMUNIDADE ECONÓMICA EUROPEIA) EM 1 DE JANEIRO DE 1986, DEPOIS DA ASSINATURA DO TRATADO DE ADESÃO EM 12 DE JUNHO DE 1985, FOI NECESSÁRIO REALIZAR ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU.
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Romaria ao São Silvestre
07 abril 2024 | 0 Comentários | | 00:00 |
UMA DAS MAIS ANTIGAS TRADIÇÕES DOS MONTALVANENSES.
A Romaria à ermida de São Silvestre já no termo sul da freguesia de Montalvão e do concelho de Nisa praticamente junto à povoação de Póvoa e Meadas (concelho de Castelo de Vide). Esta localização era causadora de forte rivalidade entre as populações das duas localidades.
É provavelmente a manifestação religiosa mais antiga de Montalvão com origem nos Templários, pois:
1. No interior da ermida, na pedra de cantaria no centro da abóbada, está talhado o símbolo da Ordem do Templo;
2. A romaria realiza-se no primeiro domingo seguinte ao de Páscoa quando a Igreja Católica convencionou 31 de dezembro como o dia dedicado ao Papa que mártir se tornou santo, morrendo em 31 de dezembro de 335. Mas com culto ancestral cada ramo da Cristianismo celebra o Santo Papa em dias diferenciados. O culto montalvanense deve ser anterior ao dia definido pela Igreja Católica Apostólica Romana;
3. Certamente que no local já existiria um culto romano, até anterior, talvez pré-histórico com demasiada importância e significado para ser reconvertido em culto cristão.
São Silvestre
Foi figura importantíssima nos primeiros tempos do Cristianismo, principalmente a nível político. Como 33.º Papa, entre 31 de janeiro de 314 e 31 de dezembro de 335, foi durante o seu papado, de 31 anos, que o Imperador Constantino se converteu ao Cristianismo (ano de 317) e este passou a ser a religião do Império Romano (oficialmente em 27 de fevereiro de 380). Silvestre nasceu próximo de Roma, entre 270 e 285.
Romaria religiosa
Na véspera, sábado, um dos festeiros percorria as ruas de Montalvão a pedir donativos para as despesas a que os festejos obrigavam fazendo-se ouvir:
«Dai esmola a São Silvestre
Para que nos livre da peste
E dos maus vizinhos de ao pé da porta»
Além das esmolas em dinheiro (pouco mais que tostões). A gente pobre da aldeia oferecia um galo e os lavradores davam um borrego ou um chibo; havia outras ofertas como bolos e vários géneros, tudo para ser leiloado e arrematado no dia seguinte.
Na manhã do Domingo de Pascoela, o Festeiro desse ano acompanhado dos seus auxiliares, saía de sua casa empunhando a Bandeira de São Silvestre desfraldada, todos com os chapéus enfeitados com flores e nas lapelas dos casacos, pregadas com alfinetes, fitas de várias cores. As mulheres esmeravam-se com roupa garrida e florida.
Com o tamboreiro à frente a rufar no tambor, seguiam a pé pelas ruas até onde era considerada a saída de Montalvão, onde se construiu o posto da Guarda Fiscal. Ali os aguardavam os meios de transporte, carros ou alimárias que os levariam por aquela antiga azinhaga mal cuidada até à ermida, a uns cinco quilómetros de Montalvão (mas a dois da Póvoa e Meadas). Antes de ocuparem os seus lugares nos carros ou montarem nas cavalgaduras, a Bandeira era desenfiada da vara que fazia de mastro, dobrada e resguardada para evitar qualquer dano.
O caminho era assinalado pelos inúmeros devotos que, a pé ou transportados, desde cedo partiam aos grupos, cada um nos seus garridos trajes de festa, levando os seus farnéis.
Chegados à ermida, o Festeiro e companheiros apeavam-se, armavam a Bandeira e com ela erguida cumpriam a praxe tradicional de dar três voltas ao redor da capela, rogando a São Silvestre que nos livrasse da fome, da peste e dos maus vizinhos de ao pé da porta. A seguir entravam na ermida para assistirem às cerimónias religiosas que então começavam.
A componente religiosa, com a capelinha a transbordar de fiéis, constava de Missa e Sermão. Finalmente a Procissão que também dava as três voltas ao redor da ermida. Recolhida a procissão consideravam-se terminadas as cerimónias da igreja e chegada a hora de comer os farnéis.
Romaria popular
Nos terrenos próximos continuava a festa. Começavam a ouvir-se os gritos dos leiloeiros apregoando os ramos:
«Quem dá mais por este ramo, que está em... (tantos)... tostões que é para São Silvestre bendito?»
O produto da venda dos ramos concorria para fazer face às despesas com a festa. Em 2024, a romaria é a 7 de abril. Em 2025, será a 27 de abril.
A Banda de música, contratada somente quando as disponibilidades financeiras o consentia, tocava num coreto improvisado as peças do seu repertório. Não havendo Banda uma concertina chegava para armar um baile para rapazes e raparigas de Montalvão e povoações vizinhas, chegando até bem longe, como Castelo de Vide e Nisa. Não havia ano em que não houvesse zaragata, com pedrada e paulada, geralmente entre montalvanenses e povachos, tal a rivalidade.
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A Romaria à ermida de São Silvestre já no termo sul da freguesia de Montalvão e do concelho de Nisa praticamente junto à povoação de Póvoa e Meadas (concelho de Castelo de Vide). Esta localização era causadora de forte rivalidade entre as populações das duas localidades.
É provavelmente a manifestação religiosa mais antiga de Montalvão com origem nos Templários, pois:
1. No interior da ermida, na pedra de cantaria no centro da abóbada, está talhado o símbolo da Ordem do Templo;
2. A romaria realiza-se no primeiro domingo seguinte ao de Páscoa quando a Igreja Católica convencionou 31 de dezembro como o dia dedicado ao Papa que mártir se tornou santo, morrendo em 31 de dezembro de 335. Mas com culto ancestral cada ramo da Cristianismo celebra o Santo Papa em dias diferenciados. O culto montalvanense deve ser anterior ao dia definido pela Igreja Católica Apostólica Romana;
3. Certamente que no local já existiria um culto romano, até anterior, talvez pré-histórico com demasiada importância e significado para ser reconvertido em culto cristão.
São Silvestre
Foi figura importantíssima nos primeiros tempos do Cristianismo, principalmente a nível político. Como 33.º Papa, entre 31 de janeiro de 314 e 31 de dezembro de 335, foi durante o seu papado, de 31 anos, que o Imperador Constantino se converteu ao Cristianismo (ano de 317) e este passou a ser a religião do Império Romano (oficialmente em 27 de fevereiro de 380). Silvestre nasceu próximo de Roma, entre 270 e 285.
Romaria religiosa
Na véspera, sábado, um dos festeiros percorria as ruas de Montalvão a pedir donativos para as despesas a que os festejos obrigavam fazendo-se ouvir:
«Dai esmola a São Silvestre
Para que nos livre da peste
E dos maus vizinhos de ao pé da porta»
Além das esmolas em dinheiro (pouco mais que tostões). A gente pobre da aldeia oferecia um galo e os lavradores davam um borrego ou um chibo; havia outras ofertas como bolos e vários géneros, tudo para ser leiloado e arrematado no dia seguinte.
Na manhã do Domingo de Pascoela, o Festeiro desse ano acompanhado dos seus auxiliares, saía de sua casa empunhando a Bandeira de São Silvestre desfraldada, todos com os chapéus enfeitados com flores e nas lapelas dos casacos, pregadas com alfinetes, fitas de várias cores. As mulheres esmeravam-se com roupa garrida e florida.
Com o tamboreiro à frente a rufar no tambor, seguiam a pé pelas ruas até onde era considerada a saída de Montalvão, onde se construiu o posto da Guarda Fiscal. Ali os aguardavam os meios de transporte, carros ou alimárias que os levariam por aquela antiga azinhaga mal cuidada até à ermida, a uns cinco quilómetros de Montalvão (mas a dois da Póvoa e Meadas). Antes de ocuparem os seus lugares nos carros ou montarem nas cavalgaduras, a Bandeira era desenfiada da vara que fazia de mastro, dobrada e resguardada para evitar qualquer dano.
O caminho era assinalado pelos inúmeros devotos que, a pé ou transportados, desde cedo partiam aos grupos, cada um nos seus garridos trajes de festa, levando os seus farnéis.
Chegados à ermida, o Festeiro e companheiros apeavam-se, armavam a Bandeira e com ela erguida cumpriam a praxe tradicional de dar três voltas ao redor da capela, rogando a São Silvestre que nos livrasse da fome, da peste e dos maus vizinhos de ao pé da porta. A seguir entravam na ermida para assistirem às cerimónias religiosas que então começavam.
A componente religiosa, com a capelinha a transbordar de fiéis, constava de Missa e Sermão. Finalmente a Procissão que também dava as três voltas ao redor da ermida. Recolhida a procissão consideravam-se terminadas as cerimónias da igreja e chegada a hora de comer os farnéis.
Romaria popular
Nos terrenos próximos continuava a festa. Começavam a ouvir-se os gritos dos leiloeiros apregoando os ramos:
«Quem dá mais por este ramo, que está em... (tantos)... tostões que é para São Silvestre bendito?»
O produto da venda dos ramos concorria para fazer face às despesas com a festa. Em 2024, a romaria é a 7 de abril. Em 2025, será a 27 de abril.
A Banda de música, contratada somente quando as disponibilidades financeiras o consentia, tocava num coreto improvisado as peças do seu repertório. Não havendo Banda uma concertina chegava para armar um baile para rapazes e raparigas de Montalvão e povoações vizinhas, chegando até bem longe, como Castelo de Vide e Nisa. Não havia ano em que não houvesse zaragata, com pedrada e paulada, geralmente entre montalvanenses e povachos, tal a rivalidade.
Há uns anos quis visitar a Ermida e tive sorte pois vinha da Póvoa e Meadas, de automóvel, entrando pelo caminho, bem arranjado, de terra bem batida. Chegado à Ermida e dando as habituais três voltas decidi continuar em frente, rumo a Montalvão. A minha mãe - experiência conta muito - bem me disse que a ideia não seria a melhor. O caminho foi-se degradando, passando a azinhaga mal cuidada, passei à Fonte Ferranha e depois... acabou-se. Fiquei com o automóvel no meio de canchos, ponedros, xaras (até é um Citroen Xara, mas não é uma xara) e com umas vacas a espreitar. Lá encontrei um piso mais duro - felizmente já nada está, por ali lavrado, muito menos semeado - e dei com a cancela que dá para a estrada de ligação a Montalvão. Como já passaram uns seis anos, espero que o caminho do lado de Montalvão esteja, pelo menos, tão bem tratado como está do lado de Póvoa e Meadas.
Eis Montalvão cuja origem remonta ao mais puro rito do Cristianismo Templário. As atividades humanas decorriam pontuadas pelas cerimónias do Divino
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EM SETE SÉCULOS DE MONTALVÃO É MULTIPLICAR POR SETE OS POETAS MONTALVANENSES.
Em média, há um rimador por geração (25 anos) parece-me a mim! Poetas um a cada cem anos! Talvez!
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